“Brasil e China já podem fazer comércio em moedas locais”, diz vice-presidente do Banco da China

Hsia Hua Sheng destacou que as taxas de juros em moedas locais são muito menores para exportadores e importadores.

 

Durante o seminário “Brasil e China: 50 anos de amizade”, organizado pelo veículo de mídia “Brasil 247” e pela empresa de consultoria Vallya Agro, o vice-presidente do Banco da China, Hsia Hua Sheng, afirmou que os empresários brasileiros e chineses já podem ampliar o comércio entre os dois país utilizando moedas locais. O evento contou com a participação de diversos agentes e autoridades das duas nações, onde foram discutidas vários temas envolvendo agricultura, cooperação bilateral, manufatura e inovação, e, especialmente inteligência artificial.

 

Sheng destacou a importância de um financiamento mais acessível e de proteções cambiais adequadas para facilitar as transações entre as duas nações. Segundo ele, o Banco da China vem trabalhando em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) do Brasil, com o Banco Nacional de Desenvolvimento, Econômico e Social (BNDES) e o Tesouro Nacional do governo brasileiro para encontrar soluções eficazes para a conversibilidade das moedas. O executivo também mencionou a cooperação com grandes instituições financeiras brasileiras como o Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa Econômica Federal.

 

No contexto de captações financeiras, o representante do Banco da China observou que no ano passado, diversas empresas brasileiras já começaram a utilizar o renminbi (a moeda chinesa) em suas transações, o que resultou em custos de juros significativamente menores em comparação com os custos em dólar. Além disso, discutiu-se o potencial de uso do Sistema de Pagamentos Interbancários de Fronteira (SIPS, na sigla em inglês) para facilitar pagamentos transfronteiriços diretamente entre as moedas local e renminbi, sem a necessidade de conversão para dólar.

 

No evento, Hsia Hua Sheng, representante do Banco da China, destacou a importância de alternativas monetárias para o comércio entre Brasil e China. Ele afirmou: “se você pensar, até hoje a maioria das transações são feitas em dólar. O que o Banco da China e outras instituições financeiras chinesas que atuam no Brasil estão tentando criar é mais uma alternativa para empresários brasileiros e produtores brasileiros em exportar ou fazer sua importação em moeda local, fazendo conversão diretamente de renminbi para reais ou reais convertidos para renminbi”.

 

Este encontro marca um passo significativo na parceria econômica entre Brasil e China, com perspectivas promissoras para os próximos 50 anos no que tange ao financiamento, investimento e comércio internacional utilizando moedas locais.

 

Por BR247.

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