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Presidente Lula durante anúncio de licitação pública internacional lançada pela Transpetro, para a aquisição de oito navios gaseiros com capacidades de 7 mil, 10 mil e 14 mil metros cúbicos, e que integra o programa de renovação e ampliação da frota da Petrobras, que teve início em julho de 2024.(Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

Sindicato nacional das distribuidoras de combustíveis contesta Lula

Manifestação aconteceu após o presidente da República afirmar que “é importante informar a população” para que o “povo” saiba “quem xingar na hora” que os combustíveis aumentam.

 

Por Humberto Azevedo

 

O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) contestou nesta terça-feira, 18 de fevereiro, às afirmações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que disse nesta última segunda-feira, 18 de fevereiro, durante um evento na Petrobras, que “é importante informar a população” para que o “povo” saiba “quem xingar na hora” que os combustíveis aumentam.

 

O Sindicom vê com “preocupação” as declarações de Lula sobre o setor de combustíveis, ao mesmo tempo em que aponta em que destaca a importância das distribuidoras para o abastecimento nacional e a transição energética. O Sindicom alerta sobre a concorrência desleal com a venda direta por produtores e pede uma avaliação criteriosa das autoridades para garantir equilíbrio regulatório e sustentabilidade no mercado.

 

“O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (SINDICOM) manifesta preocupação com as recentes declarações do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o setor de distribuição e revenda de combustíveis. As distribuidoras desempenham um papel essencial na garantia do abastecimento nacional, assegurando que os combustíveis cheguem com qualidade e segurança a todas as regiões do país, mesmo diante de desafios como fraudes e sonegação. Além disso, são responsáveis pela mistura obrigatória de biocombustíveis na gasolina e no diesel, contribuindo para a transição energética, conforme previsto no Programa RenovaBio”, comentou Mozart Rodrigues Filho – presidente do Sindicom.

 

“A própria Petrobras, em seu site oficial, detalha a composição dos preços dos combustíveis. No caso da gasolina, 34,17% do valor final corresponde à Estatal, enquanto 33,9% referem-se a tributos. No diesel, esses percentuais são de 46,8% e 22,2%, respectivamente. Além disso, a estrutura de custos da distribuição inclui despesas com transporte, misturas obrigatórias, aquisição de Créditos de Descarbonização (CBIOs) e logística até os postos revendedores. A venda direta de combustíveis por produtores para grandes consumidores, sem a exigência das mesmas obrigações impostas às distribuidoras, gera uma grave assimetria concorrencial. Enquanto as distribuidoras cumprem metas obrigatórias do RenovaBio, a isenção dos produtores dessa responsabilidade compromete a política de descarbonização e pode resultar em penalidades severas para aqueles que seguem a regulamentação vigente”, complementa o dirigente da Sindicom.

 

“Diante desse cenário, o SINDICOM solicita às autoridades e à Petrobras uma avaliação criteriosa dos impactos dessa prática sobre o mercado e os compromissos ambientais do país. Além disso, o SINDICOM reforça a necessidade de um debate transparente e técnico sobre o setor, reafirmando a importância da distribuição de combustíveis para a segurança energética, a geração de empregos e a arrecadação tributária. O equilíbrio regulatório e a concorrência justa são fundamentais para a sustentabilidade e eficiência do mercado de combustíveis no Brasil”, finaliza o diretor-executivo do Sindicom.

 

O QUE FALOU LULA

 

“Quando sai um anúncio [de aumento] do diesel, da gasolina ou do gás, a Petrobras leva fama, o governo federal leva fama e muitas vezes a Petrobras não tem culpa nenhuma. O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04 e que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Ela é vendida pelo dobro do que ela sai da Petrobras, mas, quando sai o aumento, o povo pensa que é a Petrobras que aumentou”, disse o presidente.

 

“O botijão de 13 litros de gás sai da Petrobras a R$ 35. Entretanto, depois que ele é entregue, independentemente do estado, ele chega a R$ 140, a R$ 132, a R$ 120, depende do ICMS que é cobrado no estado. O povo paga o triplo do preço que ele sai da Petrobras. É importante informar a população disso para o povo saber quem xingar na hora que aumenta”, destacou o petista.

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