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“Não sou estudioso da área, mas nunca encontrei uma resposta satisfatória para os juros exorbitantes que o Brasil tem para essas taxas abusivas que os bancos no Brasil cobram”, falou Marcelo Castro ao justificar o voto contra a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência da autarquia que regula o mercado financeiro. (Foto: Pedro França / Agência Senado)

Senado aprova Galípolo para novo presidente do Banco Central

Atual diretor de política monetária da autarquia responsável pela regulação do mercado financeiro teve o voto favorável de 66 senadores. Apenas cinco parlamentares, em votação secreta, votaram contra.

 

Por Humberto Azevedo

 

O indicado do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para presidir o Banco Central do Brasil (BCB), Gabriel Galípolo, teve o nome aprovado no plenário do Senado Federal com o voto favorável de 66 parlamentares e apenas cinco votando contra, em votação secreta. Galípolo começará a presidir a instituição a partir de 1º de janeiro de 2025.

 

Atual diretor de política monetária da autarquia responsável pela regulação do mercado financeiro, Galípolo teve a sua sabatina aprovada horas antes pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da “Casa da Federação” por unanimidade. A grande reclamação dos senadores foi a alta taxa de juros básica atualmente praticada pelo BCB, de 10,75%. O índice é o segundo maior praticado no mundo, atrás apenas da Rússia que se encontra em operação de guerra na Ucrânia financiada pelos Estados Unidos da América (EUA) e pela Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN).

 

Um dos cinco votos contrários a Galípolo foi o senador Marcelo Castro (MDB-PI), que justificou seu voto como sendo um “protesto” formal contra os altos juros praticados pelos bancos públicos no país. 

 

“Uma vez era para nós sabatinarmos um diretor do Banco Central – eu não sei de que área, não lembro mais – e, quando eu me dirigia para a Comissão, eu passei no caixa eletrônico do Banco do Brasil e imprimi o meu saldo, passei na Caixa Econômica, imprimi também o meu saldo, e, sabatinando o diretor, eu mostrei para ele os juros do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, bancos públicos, com juro de trezentos e tantos por cento ao ano. Estava escrito lá, no impresso que o próprio banco me mostrou”, contou o emedebista no plenário do Senado.

 

“Eu disse: ‘vossa senhoria acha isso razoável? Que uma pessoa venha a pagar trezentos e tantos por cento de juro ao ano?’. ‘Não, mas é porque não sei o quê lá…’ Eu digo: Cite-me um país no mundo em que se paga, em qualquer banco – não só nos bancos oficiais – um valor de juro igual a esse?. E nenhum, até agora, deu-me uma resposta satisfatória. (…) Por isso, quero aqui declarar o meu voto, já realizado, porque votei contra esse, votei contra os do passado e votarei contra os do futuro – não quero saber quem é – enquanto eles não resolverem esses dois problemas graves e mudarem a filosofia do Banco Central de, ao invés de trabalharem para meia dúzia de banqueiros, realmente trabalharem em favor da sociedade brasileira. Enquanto isso não acontecer, eu continuarei votando contra”, completou o senador Marcelo Castro.

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