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Poesia e nostalgia com Nicolas Behr na entrega do título de Cidadão Honorário de Brasília a Gilmar Mendes

Poeta cuiabano, radicado há 50 anos em Brasília, prestigiou a homenagem ao amigo feita pela Câmara Legislativa do Distrito Federal

 

Por João Negrão

 

Ao receber o título de Cidadão Honorário de Brasília, lhe conferido pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), na manhã desta segunda-feira (02.11), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, recebeu outra importante homenagem. Poesia, nostalgia e um profundo sentimento de amizade tomou conta do discurso do poeta Nicolas Behr, que proferiu palavras resgatando os tempos em que dois meninos na idade tenra de seus sete e oito anos pescavam lambari e jogavam bola na cidade de Diamantino, Mato Grosso.

Como se sabe, Gilmar Mendes nasceu ali, naquelas férteis terras mato-grossenses, onde os pais de Nicolas Behr chegaram em meados da década de 50 à Fazenda Amolar, bem pertinho da cidade do ministro. Os dois estudaram na mesma escola, viveram aquela vida bucólica, entre pescarias, banhos de rio, jogos de futebol e interações com as comunidades indígenas do lugar.

Nicolas, nascido em Cuiabá, a capital do Estado, mas vivido sua infância em Diamantido, regressou à cidada natal para cursar a antiga Escola Técnica Federal de Mato Grosso, hoje IFMT. Após esse período, seus pais foram convidados a ministrar aulas na Universidade de Brasília (UnB), onde, anos depois, estudou seu amigo de infânica, que viria a ser renomado jurista, Advogado-Geral da União e Ministro do Supremo, sendo hoje seu decano.

Mas os dois só foram se reencontrar na fase adulta, retomando aquela amizade que prossegue pela vida inteira, em meio a viagens à terra onde viveram e aos momentos cotidianos de ambos pelos turbilhões de emoções, soluços políticos e esperanças compartilhadas.

Em seu “discurso-poema”, Nicolas Behr expressou na tribuna da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) um pouco desta história de ambos, já imortalizada em alguns dos mais de 30 livros de um dos maiores poetas e prosadores de Brasília e do Brasil. Uma destas obras é o “Dicionário Sentimental de Diamatino”, no qual Nicolas rememora toda a sua vida naquela cidade de sua infância e da amizade para a vida toda com Gilmar Mendes.

Confira abaixo o “discurso-poema” de Nicolas Behr proferido durante a cerimônia nesta segunda-feira (02.11), na Câmara Legislativa do DF:

Bom dia!

Não nasci em Diamantino, mas sou cidadão honorário da cidade. Conheço Gilmar desde menino. Estudamos na Escola Municipal Major Caetano Dias – ele um pouco mais adiantado do que eu. Nós nos lembramos até hoje da nossa professora de português – irmã Deolinda da Silva Campos – que nos ensinou a escrever. Me parece que ela foi muito bem sucedida na sua missão. Me lembro também que quando nos reuníamos para jogar bola e cada um escolhia sua posição em campo, Gilmar sempre fazia questão de ser… o juiz.

E para a alegria dos adversários eu gostava de ser o goleiro.

O tempo foi passando e nos reencontramos em Brasília. Gilmar foi o responsável por eu voltar seguidas vezes a Diamantino. Essas minhas idas e vindas a Diamantino resultaram em 3 livros de poemas sobre a cidade onde passei a infância. Quero aqui agradecer publicamente por estes convites.

Agradeço também pela oportunidade de ocupar esta tribuna e poder dizer do orgulho da minha amizade com o Gilmar.  Desde a infância.

Obrigado!

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