Petistas elogiam ajustes para cumprir arcabouço fiscal; bolsonaristas criticam
De acordo com estimativa do governo, ajustes vão gerar uma economia de R$ 327 bilhões até 2030; a ministra da Saúde, Nísia Trindade, elogiou a preservação dos recursos destinados aos programas da pasta e aos SUS dos cortes para se adequar à nova política fiscal.
Por Humberto Azevedo
A bancada petista, em peso, adotou a postura de elogios aos ajustes adotados pela área econômica do governo federal com o objetivo de cumprir o arcabouço fiscal nos próximos anos. De acordo com uma estimativa do próprio Ministério da Fazenda, ajustes vão gerar uma economia de R$ 327 bilhões até o ano de 2030. Entre 2025 e 2026, a economia será em torno de R$ 70 bilhões.
Entretanto, os parlamentares de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticaram o anúncio. As maiores críticas no seio do bolsonarismo vieram dos senadores Marcos Rogério (PL-RO) e Wellington Fagundes (PL-MT). Para ambos, a proposta do governo é insuficiente para solucionar os problemas financeiros do país e pode prejudicar a população ao aumentar impostos para sustentar os crescentes gastos públicos.
Fagundes, inclusive, se posicionou contrário a decisão do governo em isentar os brasileiros de Imposto de Renda que ganhem até R$ 5 mil (R$ 60 mil por ano) com a compensação de que cobrar 10% daqueles que possuem renda superior de R$ 50 mil mês e ou R$ 600 mil anuais. Segundo o parlamentar mato-grossense, “Não podemos aceitar que o governo aumente impostos para sustentar seus gastos públicos crescentes”.
“A proposta ocorre enquanto o mercado enfrenta a oscilação do dólar, a inflação sobe, e a desconfiança econômica se espalha. Além disso, o salário mínimo segue sem reajustes adequados, penalizando os trabalhadores. (…) Vamos promover um amplo debate com a sociedade, ouvindo os diversos setores para entender o impacto real dessa medida”, destacou o senador do PL de Mato Grosso.
Por sua vez, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), viu o anúncio do ministro Haddad demonstrar o compromisso do governo Lula com a responsabilidade fiscal e a inclusão social, com o “povo no orçamento”.
“Com essas medidas, garantimos a sustentabilidade das contas públicas e reafirmamos que é possível cuidar do povo e do equilíbrio fiscal ao mesmo tempo. A economia de R$ 70 bilhões e o reajuste do abono salarial mostram que o Brasil está colocando as pessoas no centro das decisões”, analisou o senador sergipano.
SAÚDE
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, elogiou a preservação dos recursos destinados aos programas da pasta e junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) dos cortes realizados pela equipe econômica para se adequar à nova política fiscal aprovada em 2023. Segundo ela, a discussão do aprimoramento fiscal foi feita ouvindo o Ministério da Saúde e que a questão fiscal é uma prioridade do governo.
“A preservação do piso da saúde é algo importante porque foi uma medida adotada ainda em 2015 para que a saúde não tivesse riscos. As medidas de ajuste foram adequadas e traduzem a preocupação do presidente Lula e do governo com relação à justiça tributária e preservação dos programas sociais”, falou a ministra.