Pesquisa aponta Lula como o político mais querido do Brasil; já Bolsonaro, o mais rejeitado
Resultado faz parte do levantamento a “Cara da Democracia” produzido pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC) com suporte metodológico dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).
Após protagonizarem as eleições mais polarizadas da história recente do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) destacam-se como as figuras de maior atenção na política nacional, de acordo com a pesquisa “A Cara da Democracia”, produzida pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC), que possui suporte metodológico dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).
Na escala de zero a dez — em que zero significa “não gosto de jeito nenhum” e dez “gosto muito” —, Lula atrai a estima de 35% dos entrevistados. Bolsonaro, embora se aproxime com 28%, enfrenta uma rejeição maior, com 49% dos entrevistados afirmando não gostar do ex-presidente “de jeito nenhum”. Lula, por sua vez, é rejeitado por 40% dos entrevistados.
O cientista político João Féres, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), comentou que a ascensão de Bolsonaro, apesar de sua rejeição significativa, pode ter influenciado positivamente a imagem de Lula. “A série histórica mostra que o pico do antipetismo ocorreu em 2018, e que desde então houve um refluxo disto”, avaliou Féres em entrevista ao portal UOL.
DEMAIS AVALIAÇÕES
Além de Lula e Bolsonaro, a pesquisa avaliou a popularidade de outras figuras políticas como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).
Arthur Lira, que dirige as pautas da Câmara dos Deputados, é desconhecido por 30% dos brasileiros e rejeitado por 40%, a mesma taxa de Lula, mas possui uma base de apoio muito menor, com apenas 5% dos eleitores afirmando gostar muito dele.
Tarcísio e Zema, cotados como possíveis sucessores de Bolsonaro, também são desconhecidos por cerca de um terço dos entrevistados. A rejeição a Tarcísio é de 33% e a Zema é de 34%, ambos superiores aos que afirmam gostar deles — 16% e 9%, respectivamente.
A pesquisa ainda sugere que as rejeições a Lula e Bolsonaro podem estar sendo transferidas para seus associados mais próximos. Fernando Haddad, ministro da Fazenda e ex-candidato a presidente, é rejeitado por 45% dos entrevistados, enquanto Michelle Bolsonaro, cotada como sucessora do marido, é rejeitada por 49%. Apesar disso, Michelle tem uma base de simpatia maior, com 21% dos eleitores gostando dela, mais que Tarcísio e Zema.
Haddad, responsável pela agenda econômica do governo, não apresentou variação significativa em sua imagem positiva desde o ano passado, com 15% dos entrevistados afirmando gostar muito dele, um ponto percentual a mais que em 2023. Sua rejeição caiu três pontos percentuais no mesmo período.
A pesquisa “A Cara da Democracia” foi realizada com 2.536 entrevistas presenciais em 188 cidades de todas as regiões do país, entre 26 de junho e 03 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, com um índice de confiança de 95%.
O estudo foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de Brasília (UnB) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Por DCM.