“Não tenho nenhuma preocupação com a volta de Trump à Casa Branca”, afirma Hauly
Por Humberto Azevedo
O deputado Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) afirmou que ele não tem “nenhuma preocupação com a volta” de Donal Trump à “Casa Branca”. A afirmação do ex-tucano paranaense aconteceu após ser procurado pela reportagem do grupo RDM que lhe solicitou uma análise da vitória do ex-presidente dos Estados Unidos da América (EUA) nas eleições daquele país realizadas no último 5 de novembro.
Considerado um dos pais da reforma tributária já promulgada e em fase regulamentação pelo Poder Legislativo, também tido como um dos autores intelectuais da Lei Kandir, que permitiu transformar o agronegócio exportador no que o setor é hoje, o deputado paranaense analisou, ainda, que “mais experiente, certamente” Trump “não irá fazer nenhuma loucura à frente da Casa Branca”.
“É natural que a exacerbada polarização provoque tantos questionamentos e especulações após a vitória do republicano Donald Trump sobre a democrata Kamala Harris. Com minha experiência de mais de 50 anos na vida pública, inclusive ocupando funções internacionais como a presidência do Parlamento das Américas (com sede no Canadá) durante 4 anos, não tenho nenhuma preocupação com a volta de Trump à Casa Branca”, iniciou.
“Em primeiro lugar, devemos separar o comportamento dele como candidato em relação ao que ele fará como presidente. Como candidato, Trump era um franco atirador, porém, na condição de presidente ele se transforma em vidraça, e tudo fica muito diferente. Outro ponto importante a ser considerado é que Trump já foi presidente dos Estados Unidos, e nada daquelas previsões catastróficas se cumpriram. E agora, em um segundo mandato, inclusive [com os] erros que cometeu e que impediram a sua reeleição”, o empresário que inicialmente era filiado ao partido Democratas e é acusado de implodir o partido Republicano para transformar a legenda numa agremiação partidária sua, deverá ser mais pragmático, aponta Hauly.
INSTITUIÇÕES FORTES
Hauly, que é aliado do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – Geraldo Alckmin (PSB), e reassumiu o mandato de parlamentar após o ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, ser cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por fraudar a legislação eleitoral para se candidatar, comenta ainda que as instituições democráticas estadunidenses impedirão qualquer arroubo autoritário de Trump.
“Outro ponto, não é por acaso que os Estados Unidos têm a mais respeitada democracia do mundo. Os três poderes, Executivo, Legislativo e o Judiciário são fortes e independentes na atuação dentro das suas competências. Por último, e não menos importante, a estrutura do governo americano tem bases sólidas e nunca permitiu que um presidente saísse fora dos limites traçados da sua área de atuação”, frisou.
“É óbvio que nas pautas que são caras para a direita, como rejeição do aborto, identidade, gênero e sexualidade passarão a ter nesse governo republicano uma grande reviravolta. Mas nos temas econômicos e nas relações internacionais seguirá, como sempre, a defesa dos interesses americanos. Para finalizar, é importante lembrar que no seu primeiro mandato Trump chegou a negociar com o ditador da Coreia do Norte, pauta que era impensável até então pela Casa Branca. Ou seja, melhor aguardar a atuação de Trump como presidente antes de qualquer previsão pessimista”, finalizou.