Mauro Cid denunciou Braga Netto por tentativa de coação
A Polícia Federal prendeu o general Braga Netto, na manhã deste sábado (14/12), após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A coluna apurou que a prisão ocorreu porque o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, denunciou em seus depoimentos ter sido coagido pelo general. Braga Netto também estaria pressionando o pai de Cid, o general Lourena Cid. A prisão de Braga Netto ocorreu no apartamento dele em Copacabana, na zona sul, do Rio de Janeiro. Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, Cid, afirmou que Braga Netto entregou dinheiro vivo para financiar o plano golpista “Punhal Verde e Amarelo” em uma embalagem para guardar vinhos. A coluna apurou ainda que o dinheiro foi destinado por Braga Netto ao grupo conhecido como Kids Pretos, os militares com curso de operações especiais, durante um encontro em uma das residências oficiais da Presidência da República. Nos depoimentos recentes, Cid também afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) recebia informes de Braga Netto todos os dias sobre o andamento do plano organizado pelos “Kids Pretos”. O plano pretendia evitar a posse do presidente Lula após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 e ainda tinha o planejamento para assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes. No entanto, a coluna apurou que Cid afirma que não tinha conhecimento de que o plano previa os assassinatos. O plano dos militares seria consumado no dia 15 de dezembro de 2022. O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, afirmou, em entrevista ao programa Estúdio I, da TV Globo, que Bolsonaro tinha conhecimento de tudo. “Sabia, sim, na verdade o presidente de então sabia tudo. Na verdade, comandava essa organização”, disse Bitencourt. A coluna adiantou que Cid tinha mencionado que Bolsonaro sabia do plano. No entanto, o advogado depois voltou atrás nas declarações. Após o depoimento para Moraes, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro conseguiu manter os benefícios do acordo de colaboração premiada com a PF. A Polícia Federal havia pedido a rescisão do acordo de colaboração premiada de Cid após descobrir que ele havia omitido informações sobre a trama para os assassinatos.