Lula X Trump, Caiado rompido, reeleição de Lula e Temer vice são os temas centrais da coluna Bastidores da República desta sexta, 8
Por João Pedro Marques
Saiba porque Lula não irá à posse de Trump nos EUA
O presidente Lula não comparecerá à posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para 20 de janeiro em Washington D.C. Lula está mal na fita com o norte-americano por ter apoiado abertamente sua concorrente, a democrata Kamala Harris. Mas, apesar desta situação ter criado um mal-estar, esta não será a razão da ausência. Para alívio do petista, é tradição na diplomacia norte-americana não receber chefes de estado nas cerimônias de posse de seus presidentes. Os países são representados apenas pelas representações diplomáticas, ou seja, seus embaixadores. Ufa! Né, Lula.
Bolsonaristas já estão de malas prontas
Enquanto isso, conforme informou a coluna, os bolsonaristas estão se mobilizando para estarem presentes. O próprio Jair Bolsonaro insiste em reaver seu passaporte, retirado dele pelo Supremo Tribunal Federal, não esperança de receber um convite oficial e comparecer. Mas o ministro Alexandre de Moraes, que negou outras vezes, deverá manter a posição.
Trump cobrará de Lula “pressão máxima” sobre Maduro
Se dependesse somente dele, Donald Trump já teria bombardeado a Venezuela ainda em seu primeiro mandato para tentar depor seu presidente, Nicolas Maduro. Agora, no segundo mandato, Trump vai intensificar pressão máxima contra o venezuelano, construindo uma coalizão regional contra o regime de Nicolás Maduro. E para isso espera contar com o apoio de Lula. Conta a favor de Trump o fato de o governo brasileiro não ter reconhecido a eleição de Maduro e se posicionar contra a entrada da Venezuela no BRICS.
Trump se preocupa com a influência de China e Rússia em seu “quintal”
Por outro lado, a preocupação maior do futuro governo de Donal Trump é com a influência cada vez mais intensa de China e Rússia na América do Sul, considerada o “quintal” dos Estados Unidos. E na Venezuela esta presença, especialmente da Rússia, é muito forte, inclusive do ponto de vista militar. O caldo tende a engrossar. Anotem: vai fedê tchifre!
Mídia tradicional mostra seu declínio com a vitória de Trump
A vitória de Donald Trump trouxe um ingrediente a mais em seu significado, expondo o que os estudiosos estão chamando de “fenômeno inquestionável”: o declínio da influência da mídia tradicional e a ascensão de novas formas de comunicação que contornam o jornalismo convencional. De acordo com reportagem de Patrícia Campos Mello, publicada pela Folha de S. Paulo, a eleição de Trump representa um golpe na já fragilizada credibilidade da imprensa tradicional, que agora se prepara para um governo ainda mais agressivo e hostil ao jornalismo crítico e investigativo. A análise aponta que a vitória de Trump pode marcar a morte da mídia em sua forma atual, levantando a questão: como ela vai se reinventar?
“Se metade do país decidiu que Trump é qualificado para ser presidente, significa que eles não estão lendo nenhum dos veículos de mídia, e que a chamada imprensa tradicional perdeu esse público completamente.”
Observa um executivo de TV em coluna da revista New York.
Queda de confiança e migração para novas plataformas
A influência das mídias tradicionais tem caído em ciclos, com pesquisas como a da Universidade Northeastern mostrando que apenas 23% dos eleitores de Trump obtiveram informações da imprensa profissional, em contraste com a dependência de redes sociais e conversas com amigos e familiares. A tendência é acompanhada por dados da Edison Research, que mostram que 59% dos americanos entre 12 e 34 anos ouvem podcasts regularmente, um aumento em relação ao ano anterior.
Caiado sobre rompimento com Bolsonaro: ‘Que cada um tome seu rumo’
Pelo visto, o rompimento do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), com Jair Bolsonaro ocorreu de vez. Caiado, que não engoliu a intromissão do ex-presidente na eleição em Goiânia (GO), onde o ex-mandatário fez campanha para o adversário, Fred Rodrigues (PL), demonstrou que o racha está consolidado. Caiado apoiou o vitorioso Sandro Mabel.
“Não procurei, nem fui procurado. Não vou desviar meu foco de 2026, e meu foco é claro: eu sou candidato a presidente da República. Eu vou trabalhar pra isso, e cada um que tome seu rumo”.
Disse Caiado ao ser perguntado se faria as pazes com Bolsonaro.
“Comunistazinho”, dispara Caiado após Gayer chamá-lo de “canalha”
E a briga entre Caiado e bolsonarista cresce. Após a postagem de um vídeo repleto de ofensas pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) contra o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o chefe do Executivo goiano usou as redes sociais para revidar. “Você sabe por que o Gustavo Gayer está nervoso? Ele não quer assumir o crime que cometeu. Ele tinha consciência de tudo isso”, declarou Caiado, que também disse que Gayer estava preocupado com os relatos de um sócio que indicam desvio de dinheiro e chamou o parlamentar de extrema direita de “comunistazinho”.
“Agora, vem você me dizer: ‘Olha aí, agora o Caiado vai ver que ele não terá mais condições de ser candidato à Presidência da República’. Ora, olhe se eu preciso de aval de um comunistazinho como você. Qual é a sua credibilidade para saber se eu posso ou não ser candidato à Presidência da República? Me respeite, rapaz. Eu tenho 40 anos de vida pública, eu não convivo com bandido, nem faço parte de quadrilha”.
Disse o governador.
Reeleição de Lula em 2026, reforma ministerial e MDB ou PSD para vice
Enquanto isso, contrariando alguns interlocutores que davam como certo a não ida de Lula para a disputa pela reeleição, surge a revelação de que o presidente tende a ser pressionado a assumir a candidatura novamente, dada a avaliação interna de que sua ausência abriria espaço para uma possível derrota da base progressista. Assim, debates entre ministros e aliados convergem para uma questão central: garantir não apenas a manutenção de Lula como candidato, mas também uma aliança estratégica com partidos como o MDB e o PSD.
Bolsonaro quer Michel Temer como vice, mas ex-presidente refuta
Por outro lado, Jair Bolsonaro “namora” o ex-presidente Michel Temer para que seja seu candidato a vice-presidente, caso ele recupere a elegibilidade. Temer, no entanto, nega esses rumores espalhados pelo próprio Bolsonaro. Temer, no entanto, afastou de forma clara essa possibilidade, afirmando que já encerrou sua trajetória pública. “Eu saí da vida pública”, declarou, desmentindo que tenha conversado com Bolsonaro sobre o assunto. “Já fiz o que tinha que fazer ao longo de 32 anos”, complementou, relembrando seu histórico na política, que inclui cargos como secretário de Segurança, presidente da Câmara dos Deputados, vice-presidente e Presidente da República.
Brasileiros ainda não sacaram R$ 8,53 bilhões de valores a receber
Até o fim de setembro, os brasileiros não tinham sacado R$ 8,53 bilhões em recursos esquecidos no sistema financeiro, divulgou ontem o Banco Central. Segundo a atualização mais recente, o Sistema de Valores a Receber (SVR) devolveu R$ 8,35 bilhões, de um total de R$ 16,88 bilhões postos à disposição pelas instituições financeiras. Em 16 de outubro, os recursos esquecidos foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque. Caso o dinheiro não seja requerido nos próximos 25 anos, será incorporado definitivamente ao patrimônio da União.
Negociação Mercosul-União Europeia avança e pode ter acordo este ano
O secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, Maurício Lyrio, disse nesta sexta-feira que as negociações pelo acordo comercial entre Mercosul e União Europeia estão avançando bem e que o objetivo continua sendo de concluí-lo neste ano, mas acrescentou que o assunto não estará presente na cúpula do G20 deste mês no Rio de Janeiro. Em entrevista a jornalistas, que a coluna acompanhou, Lyrio afirmou ainda que a declaração da cúpula do G20, que ocorrerá em 18 e 19 de novembro, incluirá parágrafos sobre as guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. Ele disse, no entanto, que a cúpula não servirá para negociações de paz do conflito europeu.
DITO & FEITO
“A cultura popular, o samba, o frevo, os bois, os afros e afoxés, o funk, o gospel, o circo, a chula, o forró, o axé, a capoeira, o hip hop, o cordel, as orquestras, o sertanejo, os reisados, o artesanato arte urbana e cultura digital. Tudo isso é Brasil! Afinal, o que seria de nós sem a arte para nos encantar? Viva os trabalhadores e trabalhadoras que fazem a arte acontecer nos nossos corações”.
Margareth Menezes, ministra da Cultura.