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O presidente Lula celebrou o reconhecimento do longa. “A turma de ‘Ainda Estou Aqui’ já pode pedir música. Três indicações ao Oscar. Quanto orgulho!", disse, em uma rede social. (Foto: Reprodução / Divulgação-Secom-PR)

Lula e ministros celebram indicações ao Oscar de “Ainda Estou Aqui”

Líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues anunciou que juntamente com o governo do Amapá fará a entrega a cada professor de História de rede pública estadual exemplares do livro que inspirou o filme.

 

Por Humberto Azevedo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e diversos ministros de seu governo celebraram as três indicações de “Ainda Estou Aqui” para melhor filme, melhor filme estrangeiro e melhor atriz ao Oscar 2025, que acontecerá no próximo dia 2 de março em Los Angeles, nos Estados Unidos.

 

Essa foi a primeira vez que uma obra do cinema brasileiro conseguiu ser alçado à indicação para concorrer em três categorias da maior premiação do cinema mundial. Dirigido pelo cineasta Walter Moreira Salles, a obra conta a história da viúva do ex-deputado federal Rubens Paiva (PTB-SP), cassado pelo Golpe de Estado em 1964, e desaparecido desde 1971 quando policiais do extinto Departamento de Ordem Política Social (DOPS) o levaram para um interrogatório. Seu corpo nunca foi localizado.

 

O percurso de Eunice Paiva e de sua família em busca de informações sobre o que realmente ocorreu com o ex-parlamentar se tornou símbolo da luta pela verdade e pela defesa dos direitos humanos. A atriz Fernanda Torres, que interpreta a viúva de Rubens Paiva – Eunice Paiva – recentemente foi premiada como melhor atriz na premiação do Globo de Ouro, que é considerado uma prévia da premiação do Oscar.

 

OUTRAS CONQUISTAS

 

Lançado em 2024, o filme liderou as bilheterias brasileiras, atraindo mais de 2,9 milhões de espectadores. Reconhecido globalmente, “Ainda Estou Aqui” coleciona prêmios em importantes festivais internacionais.

 

No Festival de Veneza, venceu a categoria de melhor roteiro e a premiação máxima concedida com o troféu “Green Drop Award”. A obra também conquistou o prêmio do público no “Vancouver International Film Festival”, no “Mill Valley Film Festival” e no “Miami Film Festival Gems”. Na França, durante o “Festival de Pessac”, o filme levou o prêmio “Danielle Le Roy” e o prêmio de melhor obra cinematográfica escolhida pelo público.

 

ALEGRIA PARA O PAÍS

 

Em vídeo postado em seu perfil no Instagram, a atriz Fernanda Torres comemorou sua indicação ao Oscar 2025 e as outras duas indicações de Ainda Estou Aqui. “Nosso filme está indicado não só para melhor filme de língua estrangeira, mas para melhor filme do ano. Isso é uma coisa inimaginável. É uma coisa histórica, muito emocionante pra mim, por minha mãe ter estado nesse lugar 25 anos atrás, pelas mãos do Walter. E também pelo que isso significa para o cinema brasileiro, para a cultura brasileira. Um filme falado em português. Estou muito orgulhosa de uma história brasileira fazer sentido no mundo e nos trazer essa alegria – não só para mim, para o Walter e para todo mundo envolvido nesse filme, como para o país inteiro”, declarou.

 

“Acima de tudo, quero agradecer e homenagear essa mulher extraordinária chamada Eunice Paiva, que está por trás disso tudo, que é a geradora disso tudo”, disse Fernanda, ao se referir à personagem que interpreta em Ainda Estou Aqui. Na postagem, a atriz também agradeceu ao filho de Eunice, Marcelo Rubens Paiva, autor do livro homônimo que inspirou o longa. “Um livro extraordinário, que nos possibilitou fazer esse filme”, definiu.

 

DEPOIMENTOS

 

No início de janeiro, o presidente Lula manifestou à atriz Fernanda Torres, durante uma conversa por telefone, todo o apreço e homenagens pela conquista da artista no Globo de Ouro, premiação realizada nos Estados Unidos.

 

“A turma de ‘Ainda Estou Aqui’ já pode pedir música. Três indicações ao Oscar: melhor filme estrangeiro, melhor atriz e, olha, melhor filme. Quanto orgulho! Beijo para Fernanda Torres e Walter Salles”, escreveu o presidente Lula em seu perfil nas suas redes digitais. 

 

O vice-presidente Geraldo Alckmin também comemorou o feito do cinema nacional, citando um trecho do filme.

 

“Nós vamos sorrir. Sorriam!’ É assim que os brasileiros estão com as indicações de ‘Ainda Estou Aqui’ e de Fernanda Torres ao Oscar. Ainda estamos aqui, sorrindo e torcendo pelo nosso cinema!”, declarou Alckmin – que também é o ministro do Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Serviços (MDICS).

 

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, exaltou as indicações, destacando a relevância do assunto abordado pelo longa-metragem. Além de parabenizar os envolvidos na produção, ela enfatizou a importância desse reconhecimento para o setor.

 

“É um tema de pouca exploração, e o filme consegue, de maneira sensível, trazer o drama da família dentro desse contexto e, com isso, sensibilizar o mundo. (…) Este momento abre possibilidades ainda maiores e fortalece muito o cinema nacional, em um momento em que estamos realizando investimentos significativos para a retomada e o fortalecimento do audiovisual brasileiro”, falou a ministra que também é uma das mais respeitadas cantoras do país.

 

A ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, ressaltou a importância do reconhecimento para uma produção que destaca temas relacionados aos direitos humanos e da cidadania.

 

“Ainda sem acreditar que a história de uma mulher brasileira que enfrentou a ditadura militar e se tornou referência na luta dos povos indígenas levou três indicações ao Oscar! Vai Brasil! Viva Eunice Paiva!”, exclamou Macaé.

 

Já a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, enalteceu a indicação inédita para o país na categoria de melhor filme e elogiou os artistas envolvidos na produção.

 

“O filme também foi indicado a Melhor Filme Estrangeiro e Fernanda Torres concorre por Melhor Atriz, 26 anos após a indicação de sua mãe, Fernanda Montenegro, que também está no filme. De uma forma emocionante, Torres dá vida a Eunice Paiva, que se tornou símbolo de luta contra a ditadura. Orgulho imenso dessas mulheres e também do diretor Walter Salles, do escritor Marcelo Rubens Paiva e todo o elenco e produção envolvida! Orgulho da cultura e do cinema brasileiros! Já é nosso!”, enfatizou a ministra das Mulheres.

O deputado federal pelo PT de Minas Gerais, Rogério Correia, aproveitou a oportunidade para satirizar os adversários políticos do campo bolsonarista ao comemorar as três indicações ao Oscar de “Ainda Estou Aqui”. Segundo ele, já ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) restou os três indiciamentos pela Polícia Federal (PF). (Foto: Reprodução / Redes digitais)

 

DISTRIBUIÇÃO DOS LIVROS

 

Capa do livro que inspirou o premiadíssimo internacionalmente “Ainda Estou Aqui” de Marcelo Rubens Paiva. (Foto: Reprodução / Editora Alfaguará)

 

Para comemorar as três indicações ao Oscar 2025 de “Ainda Estou Aqui”, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) anunciou que juntamente com o governo do estado do Amapá fará a entrega a cada professor de História da rede pública estadual exemplares do livro homônimo que inspirou o filme.

 

O livro “Ainda estou aqui” foi escrito pelo jornalista Marcelo Rubens Paiva para retratar a trajetória da sua mãe, que por anos não pode ter acesso às contas bancárias e as propriedades do marido desaparecido e morto pela ditadura militar que governou o país entre 9 de abril de 1964 a 31 de março de 1985.

 

“O governo do Amapá, através de uma ação coordenada pelo senador Randolfe Rodrigues, vai distribuir para as escolas públicas e para cada professor de história das escolas públicas estaduais, no dia 14 de fevereiro, o livro ‘Ainda estou aqui’, com uma palestra de Chico Rubens Paiva, neto de Rubens Paiva, na abertura do ano letivo”, informou a assessoria do senador Randolfe.

 

Com informações de assessorias.

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