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Presidente Lula tornou lei proposta que restringe utilização de celulares no ambiente escolar. (Foto: Arquivo / Agência Brasil)

Lei que proíbe uso de celulares em escolas é sancionada

Presidente brasileiro qualificou a nova lei como um “ato de coragem, de cidadania e de respeito ao futuro deste país”; medida, que já começa a valer no ano letivo de 2025, visa proteger a saúde mental, física e psíquica das crianças e adolescentes.

 

Por Humberto Azevedo

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta segunda-feira, 13 de janeiro, o Projeto de Lei 4932 de 2024, que restringe a utilização, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis, como celulares, nos estabelecimentos públicos e privados de educação básica durante as aulas, recreios e intervalos. A medida visa proteger a saúde mental, física e psíquica de crianças e adolescentes.

 

Lula parabenizou a aprovação do projeto pelo Congresso. Ele lembrou que alguns países já fizeram o mesmo e os resultados foram positivos. A nova legislação permite exceções apenas para fins pedagógicos ou didáticos, desde que acompanhadas por professores, ou para estudantes que necessitem de acessibilidade. O objetivo é garantir que os dispositivos móveis sejam utilizados de forma equilibrada e benéfica para o aprendizado dos estudantes, evitando os riscos associados ao uso indiscriminado.

 

“Essa sanção que eu vou fazer significa o reconhecimento do trabalho de todas as pessoas sérias que cuidam da educação, de todas as pessoas que querem cuidar das crianças e dos adolescentes deste país. Isso aqui foi um ato de coragem, de cidadania e um ato de respeito ao futuro deste país. Portanto, é com muito orgulho que eu vou sancionar a lei”, ressaltou o presidente, durante a cerimônia.

 

“O que vocês fizeram nesse ato de coragem foi falar o seguinte: nós vamos cuidar das nossas crianças, vamos evitar mutilamento, que as crianças possam voltar a brincar, possam voltar a interagir entre si, e eu acho que isso é muito importante”, complementou.

 

EVIDÊNCIAS

 

Presidente Lula durante a sanção da nova lei. Além do ministro Camilo Santana, participaram alguns outros ministros, o líder do governo na Câmara – deputado José Guimarães (PT-CE), diversos parlamentares ligados a educação e de entidades educacionais. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

 

O ministro da Educação, Camilo Santana, pontuou que as regras começam a valer já para este ano letivo de 2025. Ele apresentou uma série de dados que mostram como essa lei pode ajudar a melhorar o desempenho dos estudantes nas escolas. Entre os riscos revelados por estudos sobre o uso excessivo de telas e acesso precoce a redes sociais por crianças e adolescentes estão a exposição a conteúdos perigosos e o impacto negativo na saúde mental e física.

 

O ministro apresentou ainda dados da pesquisa TIC Kids Online, realizada em 2024, para mostrar o impacto do acesso à internet entre as crianças no país. Segundo o levantamento, 93% da população brasileira de 9 a 17 anos usa a internet regularmente. Além disso, 41% das crianças de 9 e 10 anos que responderam a pesquisa disseram que o primeiro contato com a internet ocorreu antes dos 6 anos. Assim, o contato com as redes sociais antecede, até mesmo, o ingresso no 1º ano do ensino fundamental.

 

“O último Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), de 2022, mostrou um dado interessante. O questionário foi aplicado para estudantes brasileiros e revelou que 80% deles afirmaram que se distraem e têm dificuldade de se concentrar nas aulas de matemática por conta do celular. Então nós temos evidências científicas, de estudos, de pesquisa mostrando a preocupação com o uso desses celulares e desses equipamentos”, destacou o ministro.

 

CONSCIENTIZAÇÃO

 

O presidente Lula e o ministro da Educação, Camilo Santana, durante a cerimônia de sanção do Projeto de Lei (PL) 4932 de 2024, que dispõe sobre a utilização, por estudantes, de aparelhos eletrônicos portáteis pessoais nos estabelecimentos públicos e privados de ensino da educação básica. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

 

A lei também determina que as redes de ensino e escolas desenvolvam estratégias para abordar o tema do sofrimento psíquico e da saúde mental dos estudantes. Isso inclui alertar sobre os riscos do uso imoderado de aparelhos e do acesso a conteúdos impróprios, além de oferecer treinamentos, capacitação e espaços de escuta e acolhimento para detectar situações de sofrimento psíquico.

 

“Nós já estamos construindo os guias e orientações para as redes, como elas devem implementar a medida e quais são os processos que precisam acompanhar. Claro que as redes têm autonomia para construir os mecanismos que elas vão fazer em cada escola. A gente vai procurar também, através de guias e de discursos, orientar professores, diretores de escola, secretários e também promover o engajamento das famílias”, salientou Camilo Santana.

 

USO PEDAGÓGICO

 

Nova legislação começa a valer já para este ano letivo de 2025. Acima os principais pontos da nova lei. (Foto: Infográfico / Secom-PR)

 

A nova lei complementa outras políticas voltadas para o uso de tecnologias da informação e comunicação na educação, como a Política de Inovação Educação Conectada (PIEC) e a Política Nacional de Educação Digital (PNED). Essas iniciativas visam fomentar o uso pedagógico de tecnologias digitais e garantir um componente curricular de educação digital.

 

A nova legislação é defendida pela maioria dos professores, que avaliam a proibição necessária para aumentar a capacidade de concentração e o desempenho acadêmico dos alunos, além de ser importante do ponto de vista emocional dos jovens, que lidam com a ansiedade e problemas de autoestima, potencializados pelo uso desequilibrado de aparelhos eletrônicos. O docente também vê alternativas para integrar a tecnologia de forma construtiva ao ambiente escolar, sem que isso prejudique o aprendizado.

 

Com informações de assessorias.

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