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Ex-ministro do GSI, General Augusto Heleno em depoimento à CPI (Foto: Bruno Spada / Agência Câmara)

Investigações desmentem General Heleno sobre reunião para blindar Flávio Bolsonaro

O ex-ministro do GSI, de Bolsonaro, diz que se absteve da conversa e apenas ouviu os relatos das advogadas do senador Flávio Bolsonaro. Inquérito da Polícia Federal, que investiga o uso do programa israelense “first mile” para espionar de maneira ilegal mais de 30 mil pessoas.

 

Por Humberto Azevedo

 

O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), narrou como foi a reunião em 2020 na qual teria sido discutida uma ajuda para a proteção do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas, que investiga apropriação indébita de maneira indevida e ilegal por parte do político fluminese dos salários de alguns dos seus servidores – quando deputado estadual. 

 

O documento encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) “bate de frente” com recentes investigações da Polícia Federal (PF) sobre o tema, que apura o uso do programa de tecnologia israelense “first mile” para espionagens ilegais sobre mais de 30 mil pessoas – dentre autoridades do país, empresários, jornalistas e políticos, como revelou o inquérito divulgado na última quinta-feira, 11 de julho, que encontrou no computador do ex-diretor da Agência Brasileira de Informação (Abin), Alexandre Ramagem, uma gravação de áudio de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre plano para “blindar” Flávio Bolsonaro. O caso está sendo apurado como o da “Abin paralela”.

 

A explicação do general Heleno não cita essa gravação noticiada na quinta, mas critica a imprensa e diz que, na reunião, apenas ouviu os relatos das advogadas de Flávio Bolsonaro e afirmou que os assuntos não eram de competência do GSI nem da Abin.

 

“Tomei conhecimento, em linhas gerais, do assunto, que teria sido tratado nos supostos relatórios, em uma reunião no gabinete do presidente da República, onde estavam presentes: eu; duas advogadas, que se disseram representantes de Flávio Bolsonaro; o diretor-geral da Abin, delegado Alexandre Ramagem, e o próprio presidente da República”, descreve Heleno.

 

“Só voltei a conversar com o delegado Alexandre Ramagem sobre o tema, quando o jornalista Guilherme Amado publicou, na revista Época, fez matéria sobre dois supostos relatórios, produzidos pela Abin, para orientar a defesa”, continuou.

 

“À guisa de conclusão, esta autoridade se contrapõe veementemente ao conteúdo das matérias jornalísticas e às ações que nelas se fundam, ressaltando que, conforme informações obtidas do díretor-geral da Abin, nenhum relatório foi produzido, pela agência, para orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro. (…) Limitei-me a ouvir o que tinham a dizer e, diante dos fatos, que não possuíam qualquer envolvimento com a Segurança Institucional, concluí que não era da competência do GSI, nem da Abin, interferir no assunto. Desliguei-me, juntamente com o GSI, totalmente, desse assunto”, alegou Heleno, em ofício à PGR em dezembro de 2020.

 

As informações são do UOL, por DCM.

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