Governador do Tocantins afirma que a informação da NASA de que em 50 anos a Amazônia poderá estar inabitada se não forem alterados os métodos de produção, “não vai firmar no Brasil”
De acordo com Vanderlei Castro, “nós temos hoje uma preocupação ambiental” muito diferente ao modelo de desenvolvimento que as “grandes nações” tiveram, sem o cuidado de preservar. “Eles estão querendo preservar o território dos outros”, disparou.
Por Humberto Azevedo, enviado especial a Porto Velho.
O governador do Tocantins, vanderlei Castro (Republicanos) afirmou, com exclusividade para o portal RDMNews, que a informação trazida pela agência espacial do governo dos Estados Unidos da América (NASA) de que se nada for feito e alterado os métodos de produção, em 50 anos boa parte do território localizado na Amazônia e no Cerrado brasileiros poderão estar inabitados, “não vai firmar no Brasil”.
Segundo ele, “nós temos hoje uma preocupação ambiental” muito diferente do modelo de desenvolvimento que as “grandes nações” tiveram, sem o cuidado de preservar. “Eles estão querendo preservar o território dos outros”, disparou. A declaração aconteceu após o gestor tocantinense participar do 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal, que foi realizado no Palácio Rio Madeira – sede do governo de Rondônia, ao lado dos governadores Antonio Denarium (PP-RR), Carlos Brandão (PSB-MA), Gladson Camelli (PP-AC), Marcos Rocha (União Brasil-RO) e Mauro Mendes (União Brasil-MT).
“O que nós fazemos é um dever muito mais simples. Estamos fazendo o dever de casa. Eu estou falando de proteção ambiental, eu estou falando de produção de alimentos, eu estou falando de geração de oportunidades, eu estou falando de crescimento econômico. Eu quero dizer que dentro de todos os temas levantados, o grande desafio do Tocantins e o grande desafio da Amazônia é produzir esta dignidade de maneira sustentável. É produzir crescimento econômico, emprego para o brasileiro dessa região de maneira sustentável, equilibrando o meio ambiente e fazendo com que o cerrado tocantinense e brasileiro produza, mas não seja destruído”, ilustrou o governador de Tocantins.
Abaixo segue a entrevista que Vanderlei Castro concedeu ao portal RDMNews no último dia do encontro realizado em parceria com o Consórcio interestadual dos estados da Amazônia Legal, na data de 9 de agosto.
RDMNews: Qual a avaliação que você faz da realização do 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal?
Vanderlei Castro: Olha, nós temos reuniões permanentes, nós discutimos pautas comuns sobre os estados e discutimos a Amazônia, em geral. Ultimamente, nós temos falado muito das reformas que tramitam no Congresso Nacional, mas principalmente da COP que estamos preparando, no Brasil, para o ano de 2025. Eu tenho a crença de que os principais sistemas produzidos e fazer crescimento econômico com dignidade para o nosso povo, mas de maneira sustentável. Nós temos políticas voltadas para esse assunto porque nós temos reduzido o desmatamento ilegal, nós temos reduzido os focos de incêndio, nós temos melhorado a produção e temos gerado emprego. Então, isso é o que mais interessa para o nosso estado e para a nossa região, que é produzir dignidade. É fazer com que a Amazônia, ela seja poupada da degradação, mas de maneira equilibrada. Não deixando o nosso povo sem emprego, sem a oportunidade que precisa, que é peculiar do Brasil e esse crescimento vem acontecendo, mas que é da Amazônia também. Então, o fórum permanente dos governadores da Amazônia, ele é importante porque nós temos diversos temas que estão sendo debatidos permanentemente. Aqui não é diferente. O Tocantins, a Amazônia, tem feito [tudo] para melhorar a vida das pessoas. E isso é o que importa para nós.
RDMNews: E como você viu a informação veiculada pela NASA de que se nada for feito para os métodos de produção, boa parte da Amazônia e do Cerrado estarão inabitados daqui a 50 anos?
Vanderlei Castro: Ora, nós desenvolvemos políticas ambientais sérias com órgãos de controle ambiental. Nós temos tido todo esse cuidado. Talvez, esse cuidado não tenha tido nas outras nações. Se você perguntar e andar na Europa, nos Estados Unidos, em grandes nações, eles não tiveram o cuidado de preservar. Eles estão querendo preservar o território dos outros. E nós temos uma consciência. A orientação deles é importante para nós. Nós mesmo no nosso território, temos preservação não só dos 35% previstos na lei. Nós temos muito mais do que isso. E nós vamos fazer o dever de casa, produzir, mas com proteção ambiental. Então, essa informação da NASA, ela não vai firmar no Brasil. Porque nós temos hoje uma preocupação ambiental. Então, todos os nossos órgãos, eles estão preocupados com isso e fazendo com que as matas ciliares, as nossas nascentes, as nossas bacias hidrográficas sejam preservadas. Então, não temos essa preocupação e eu não vejo com essa, com esses olhos que a NASA vê. Talvez, o Brasil faça hoje uma política ambiental muito mais séria do que fizeram as grandes nações.