Gilmar Mendes afirma que inquérito do golpe de Estado é “muito mais grave” que o mensalão
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou nesta terça-feira (25) que o inquérito sobre a trama golpista é mais grave do que os escândalos do Mensalão e da Lava Jato. Durante conversa com jornalistas, o magistrado também elogiou a condução da investigação pela Polícia Federal (PF), classificando-a como exemplar. Com informações do Metrópoles.
Inquérito do golpe é considerado mais grave que escândalos anteriores
Decano do STF, Gilmar Mendes destacou a singularidade do caso e sua diferença em relação a outros processos julgados pela Corte. Segundo ele, a gravidade da trama golpista supera outros episódios da história política brasileira.
“Aqui é uma coisa muito mais grave. Quando se fala de matar o presidente da República, matar o vice-presidente, matar o ministro do Supremo, prender outros, fazer uma intervenção. Sabe, é algo que se formos buscar uma comparação, por exemplo, com o Mensalão, nós vamos dizer: poxa, é algo, ainda que tivesse a ver com democracia e a liberdade de voto, mas é algo totalmente diverso”, afirmou Mendes.
No entanto, segundo Mendes, o inquérito atual apresenta uma gravidade sem precedentes devido às ameaças institucionais envolvidas.

Delação de Mauro Cid é considerada sólida
Gilmar Mendes também abordou a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), destacando que as informações prestadas estão “lastreadas em fatos” e que não devem ser anuladas por questionamentos ao ministro Alexandre de Moraes.
No entanto, Mendes rebateu essa alegação e enfatizou a importância da colaboração de Cid para esclarecer os fatos: “É claro que a delação do Mauro Cid é extremamente importante. Mas nós estamos vendo que ela está lastreada em fatos. Vocês têm divulgado um diálogo que o ministro Alexandre de Moraes mantém com ele, mostrando as contradições. Mas as contradições que ele mostra (são) diante de fatos já investigados, dizendo: ‘Isso não corresponde à verdade’”.
Julgamento de Bolsonaro seguirá na 1ª Turma do STF
Gilmar Mendes afirmou ainda que a previsão de julgamento de Bolsonaro pela 1ª Turma do STF não deve sofrer alterações. O grupo, composto pelos ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino, será responsável por analisar as ações contra o ex-mandatário.