É urgente investir em escoamento de carga, afirmam debatedores

Por Carolina da Costa Lima

A Comissão de Serviços de Infraestrutura realizou nesta quinta-feira (10) audiência pública para debater as concessões ferroviárias e a ampliação da participação do modal ferroviário na matriz de transportes brasileiros. 

Para os especialistas, o investimento em ferrovias para o escoamento de grãos, carnes e outros produtos agrícolas, além de itens da indústria,  é uma pauta urgente. A audiência foi promovida a pedido dos senadores Rosana Martinelli (PL-MT) e Alan Rick (União-AC). 

Para os representantes do setor privado, é necessário agilidade na aplicação de recursos e investimentos do setor público. Além de reforço na fiscalização, resguardada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura Pecuária no Brasil (CNA) Elisângela Pereira Lopes avalia que as ferrovias são essenciais para o agronegócio. Para ela, é inaceitável continuar transportando cerca de 60% da carga nacional por meio de rodovias, tendo a possibilidade de o país utilizar a malha ferroviária. 

“Até quando ficaremos cativos do modo rodoviário para chegar com nossa carga no supermercado ou num porto de exportação, por exemplo? Precisamos refletir sobre essa tendência de investimentos anunciada pelo governo, mas ela precisa ocorrer de modo célere, porque a gente tem produto, mas a gente tem ferrovia?” indagou Elisângela. 

De acordo com o secretário nacional de Transportes Ferroviários do Ministério de Transportes, Leonardo Cézar Ribeiro, o país tem um bom histórico de investimento no setor, com R$ 10,4 bilhões em 2023. Para 2024, os valores oriundos do setor privado devem chegar a R$ 14,4 bilhões. E em 2025, a estimativa é que o valor alcance R$ 16,7 bilhões e, em 2026, deve chegar a R$ 14,2 bilhões.

A senadora do Mato Grosso Rosana Martinelli questionou o secretário Leonardo Cézar a respeito do andamento das obras de Ferrogrão. O projeto tem cerca de 933km de extensão e vai ligar a região produtora de soja em Sinop (MT) a Miritituba (PA). 

A questão está sendo analisada pelo Superior Tribunal Federal (STF) e enfrenta obstáculos, pois se trata de uma área de proteção ambiental. O secretário informou que foram entregues ao STF estudos do caso e que demonstra ser possível construir a obra próximo à rodovia.

*Com informações Agência Senado

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