Deputados pedem que Câmara aprove repúdio contra autoridades dos EUA por tratamento degradante de brasileiros deportados
O pedido foi formulado pelos deputados do PSOL, Ivan Valente e Talíria Petrone.
Por Humberto Azevedo
Os deputados federais Ivan Valente (PSOL-SP) e Taliria Petrone (PSOL-RJ) apresentaram na última segunda-feira, 27 de janeiro, um requerimento solicitando “moção de repúdio” pela Câmara dos Deputados para o tratamento indigno e degradante dado por autoridades e representantes do governo dos Estados Unidos da América (EUA) aos imigrantes brasileiros recentemente deportados por não possuírem visto de trabalho naquele país.
No último sábado, 25 de janeiro, um grupo de 88 brasileiros, além de outros 70 imigrantes estrangeiros indocumentados, desembarcaram em Manaus (AM) após viagem em que a maioria encontrava-se acorrentada e algemada. O voo, que inicialmente pousaria em Belo Horizonte (MG), teve um pane no sistema de ar condicionado e na parte mecânica e não pode concluir a viagem até a capital mineira, que foi realizada por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), após as autoridades aduaneiras do país juntamente com a Polícia Federal ter decidido realizar o acolhimento do grupo, após princípios de confusão entre os representantes norte-americanos com parte dos imigrantes deportados.
Ao ser recebidos pelos policiais federais, os brasileiros deportados então denunciaram ainda que além do modo degradante em que fizeram as viagens, muitos foram agredidos fisicamente e verbalmente. Os brasileiros deportados reclamaram ainda que não foi servido sequer água, ou lanches, desde que o voo estadunidense partiu do estado de Louisiana, nos EUA.
“É de conhecimento geral que os imigrantes, em sua grande maioria, partem de suas terras natais em busca de uma vida mais digna, com melhores condições de segurança, trabalho e liberdade. Por isso é inadmissível que cidadãos brasileiros sejam submetidos a condições degradantes, violência verbal e física, uso de algemas e correntes nos pés, em flagrante desrespeito aos princípios da dignidade humana”, afirmam os parlamentares em trecho da justificativa da iniciativa.