Com medo de ser preso, Bolsonaro dá aval para articulação de Tarcísio com Judiciário
O ex-presidente Bolsonaro (PL) autorizou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a se aproximar do Judiciário para evitar derrotas para os bolsonaristas e, em última instância, prevenir a prisão do ex-capitão, conforme informações do Blog da Andréia Sadi, do G1.
Os principais movimentos começaram a partir de 25 de janeiro, durante um ato bolsonarista na Avenida Paulista, em São Paulo. Bolsonaro temia a possibilidade de ser preso dependendo do resultado do evento. Tarcísio foi o responsável por negociar o tom do evento com ministros do STF.
O pupilo de Bolsonaro mantém uma comunicação direta com ministros como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. A interlocutores, ele reitera que sua estratégia é convencer o bolsonarismo a “esquecer o Judiciário e o STF”. Vale destacar que essa articulação foi combinada com Bolsonaro.
Embora não confirmem oficialmente, até porque o ex-mandatário prefere manter seu grupo radical mobilizado e antagonista ao STF, essa estratégia tem como objetivo final proteger Bolsonaro de uma eventual prisão via Judiciário.
Outra frente em andamento é no Congresso, com projetos como o da delação premiada. A chave para esse “jogo combinado” é Tarcísio constantemente reafirmar que é bolsonarista e continuará sendo, como fez no último fim de semana.
Enquanto reafirma sua lealdade a Bolsonaro, aliados de Tarcísio desejam que ele se posicione como um bolsonarista que não concorda com todas as ações de Bolsonaro. Essa estratégia, no entanto, visa atrair eleitores de centro.
No final de semana, por exemplo, Tarcísio elogiou publicamente Dilma Rousseff, afirmando que respeita a ex-presidente e que tem apenas gratidão.
Ainda de acordo com a colunista, alidos do ex-chefe do Executivo avaliam que Tarcísio aproveita esses comentários para marcar posição, demonstrando que não vê adversários como inimigos, ao contrário de Bolsonaro.
Além disso, Tarcísio assegura a aliados que será um erro achar que ele será desleal a Bolsonaro em algum momento. Ele faz questão de reforçar que deve tudo a Bolsonaro e que, se for candidato, será por orientação do ex-presidente.