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Trump ainda na sua primeira gestão entre 2017 a 2020, durante encontro bi-lateral com o então presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro na Casa Branca. (Foto: Allan dos Santos / Secom-PR)

Após Trump afirmar que EUA “não precisam” do Brasil e da América Latina, Hauly divulga “informe de utilidade pública” em que exalta parceria de 150 anos entre os dois países

De acordo com o deputado paranaense, um dos autores da lei Kandir, do MEI e da reforma tributária, “não será um presidente que vai alternar esta relação”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após o velho-novo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump, afirmar que seu país “não precisa” do Brasil e da América Latina, reiterando que seriam os brasileiros e latino-americanos que precisariam da nação estadunidense, o deputado federal Luiz Carlos Hauly (Podemos-PR) divulgou nesta terça-feira, 21 de janeiro, um “informe de utilidade pública” em que exalta a parceria de mais de 150 anos entre os dois países.

 

De acordo com o deputado paranaense, um dos autores da lei Kandir, da legislação que criou o Microempreendedor Individual (MEI) e da nova legislação tributária, “não será um presidente que vai alternar esta relação”. Segundo ele, “para qualificar e ajudar no debate das nossas relações com os EUA”, o Brasil e aquele país “são parceiros há mais de 150 anos”.

 

Para exemplificar esta intensa relação entre os dois países, Hauly enumerou uma série de “fatos históricos” que comprovam esta “união”.

 

1- Entre 20 mil e 40 mil confederados americanos imigraram para o Império do Brasil vindos do Sul dos Estados Unidos após a Guerra Civil Americana que terminou em 1865. Inicialmente, a maioria se estabeleceu principalmente no atual estado de São Paulo, onde fundaram a cidade de Americana, que já fez parte da cidade vizinha de Santa Bárbara d’Oeste;

2- A Proclamação da República no Brasil em 15 de novembro de 1889 foi resultado de tensões internas no Brasil, como o enfraquecimento da monarquia, os atritos com o Exército e a oposição das elites agrárias às políticas do Segundo Reinado, e os Estados Unidos tiveram influência indireta, mas significativa; Esta influência se deu em diferentes aspectos políticos, econômicos e ideológicos:  Com adoção de modelos institucionais, a Constituição da Primeira República Brasileira (1891) foi claramente inspirada na Constituição dos EUA, adotando elementos como o sistema presidencialista de governo, a separação dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o federalismo, que conferia maior autonomia aos estados, semelhante ao modelo americano.

 

RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

 

Nas relações diplomáticas, Hauly afirma que “os Estados Unidos foram o primeiro país a reconhecer a República Brasileira, em 1889”. Segundo ele, “esse reconhecimento rápido foi estratégico e fortaleceu os laços entre os dois países.

 

IMPACTO ECONÔMICO

 

De acordo com o parlamentar, o impacto econômico se dá pela crescente relação comercial com os EUA que ajudou a consolidar um modelo de desenvolvimento econômico republicano, voltado para o comércio internacional.

 

INVESTIMENTOS DIRETOS

 

Hauly aponta, ainda, uma série de investimentos diretos que os EUA, por meio de suas empresas, promovem no Brasil. Segundo ele, “as empresas e investidores dos Estados Unidos desempenham um papel significativo na economia brasileira, refletindo uma relação econômica robusta entre os dois países”.

 

“Os Estados Unidos são, há mais de uma década, os principais investidores estrangeiros no Brasil. Em 2022, o estoque de investimentos estrangeiros diretos dos EUA no Brasil foi de aproximadamente R$ 1,48 trilhão, representando cerca de 25% do total destes investimentos no país. Em 2023, os EUA investiram cerca de R$ 60 bilhões no Brasil, correspondendo a 25,8% do total de aportes estrangeiros recebidos”, completou Hauly.

 

SETORES INVESTIDOS

 

Em seu levantamento, o ex-secretário da Fazenda do Paraná na gestão de Álvaro Dias, entre 1987 a 1990, listou também os setores dos investimentos norte-americanos no país.

 

“Os investimentos americanos no Brasil são diversificados. Os serviços representam aproximadamente 70% dos investimentos, incluindo áreas como tecnologia da informação, finanças e energia. A indústria: Corresponde a cerca de 15%, abrangendo setores como manufatura e automotivo. E a agricultura: Também com 15%, destacando-se no agronegócio e processamento de alimentos”, demonstra.

 

PROJETOS RECENTES

 

Em 2023, foram anunciados 126 projetos de investimentos greenfield (quando empresas constroem operações do zero) dos EUA no Brasil, totalizando US$ 7,3 bilhões. Esse número representa um aumento de 50% em relação a 2022 e é o maior da última década. Os setores de tecnologia, minerais críticos e energia limpa foram os principais destinos desses investimentos.  

 

COMÉRCIO BI-LATERAL

 

Hauly explica que o comércio bi-lateral entre os dois países em 2023, englobando o comércio de totalizou R$ 451,5 bilhões.

 

“Os EUA foram o segundo maior destino das exportações brasileiras, com destaque para produtos da indústria de transformação, como siderurgia, metalurgia e aeronaves. As importações brasileiras dos EUA também foram significativas, especialmente em hidrocarbonetos e petroquímicos.   Esses dados evidenciam a importância e a profundidade da participação das empresas e investidores dos Estados Unidos na economia brasileira, contribuindo para o desenvolvimento e fortalecimento de diversos setores no país”, continuou.

 

EMPRESAS BRASILEIRAS NOS EUA

 

Hauly enumerou também as empresas brasileiras que atuam de maneira direta e indireta nos EUA.

 

“Essa lista destaca a diversidade de empresas americanas atuando no Brasil, refletindo o impacto econômico e a integração entre os dois países. Muitas dessas empresas operam diretamente ou por meio de subsidiárias e parcerias locais. Diversas empresas brasileiras estabeleceram operações significativas nos Estados Unidos, abrangendo setores como tecnologia, alimentos, finanças e manufatura. Abaixo, apresento algumas das principais companhias brasileiras com presença no mercado americano”, complementa.

 

  1. Vale S.A.: Uma das maiores mineradoras do mundo, com ações negociadas na Bolsa de Nova Iorque (NYSE) sob o código $VALE;
  2. Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras): A gigante do setor de petróleo e gás possui American Depositary Receipts (ADRs) listados nos EUA sob os códigos $PBR (ações ordinárias) e $PBR.A (ações preferenciais);
  3. Itaú Unibanco: Maior banco privado do Brasil, com ADRs negociados nos EUA sob o código $ITUB;
  4. Banco Bradesco: Importante instituição financeira brasileira, com ADRs listados nos EUA sob o código $BBD;
  5. Nubank: Fintech brasileira que realizou seu IPO diretamente na NYSE em dezembro de 2021, sob o código $NU;
  6. XP Inc.: Plataforma de investimentos que abriu capital nos EUA em 2019, negociada sob o código $XP;
  7. Embraer: Fabricante de aeronaves com presença significativa no mercado americano, incluindo unidades de produção e escritórios;
  8. JBS USA: Subsidiária da JBS S.A., uma das maiores processadoras de carnes do mundo, com operações extensivas nos EUA;
  9. Gerdau: Empresa siderúrgica com diversas plantas industriais nos Estados Unidos, atendendo ao mercado local de aço;
  10. BRF S.A.: Uma das maiores companhias de alimentos do Brasil, com operações e exportações significativas para o mercado americano;

 

“Além dessas, um estudo realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em 2020 mapeou 147 empresas brasileiras instaladas nos Estados Unidos, destacando a diversidade e a amplitude da presença empresarial brasileira no país.  É importante notar que o número de empresas brasileiras nos EUA tem crescido nos últimos anos”, destacou.

 

“Entre janeiro e maio de 2024, o Brasil foi o segundo país que mais criou empresas em território americano, com 4.179 vistos L emitidos para executivos de multinacionais, representando um aumento de 14,4% em relação ao mesmo período de 2023. Essas informações refletem a crescente internacionalização das empresas brasileiras e sua busca por expansão no mercado americano”, frisou.

 

PRINCIPAIS EMPRESAS QUE ATUAM NO BRASIL

 

Por fim, o deputado paranaense listou as principais empresas norte-americanas, que “possuem operações significativas no Brasil”. O parlamentar lembra que estas empresas estão presentes em diversos setores, como comunicação, tecnologia, varejo, alimentos, energia e indústria.

 

  1.   IBM – Líder global em tecnologia, com presença significativa em serviços de TI e consultoria no Brasil;
  2.   Oracle – Operações no Brasil para oferecer soluções em banco de dados e nuvem;
  3.   Intel – Atuação em vendas e suporte técnico;
  4.   Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp) – Escritórios no Brasil para gerenciar publicidade e parcerias locais;
  5.   HP Inc. e Hewlett Packard Enterprise – Presença no mercado de hardware e serviços corporativos;
  6.   Cisco Systems – Líder em redes e soluções de conectividade;
  7.   Twitter – Escritório no Brasil com foco em publicidade e expansão de mercado;
  8.   Snap Inc. (Snapchat) – Parcerias com marcas locais para campanhas e estratégias;
  9.   Nike – Operação direta e por meio de distribuidores, com lojas próprias no Brasil;
  10. Procter & Gamble (P&G) – Líder em produtos de higiene pessoal e doméstica;
  11. Colgate-Palmolive – Forte presença em higiene bucal e produtos de limpeza;
  12. PepsiCo – Operação robusta, com marcas como Quaker, Doritos e Gatorade;
  13. Kellogg’s – Produtos alimentícios amplamente consumidos no Brasil;
  14. 3M – Fabricação de uma ampla gama de produtos industriais e de consumo;
  15. Tesla – Presente no mercado de carros elétricos, com vendas e suporte no Brasil;
  16. Caterpillar – Grande presença no setor de maquinário pesado;
  17. Cummins – Líder em motores e soluções de energia;
  18. John Deere – Fortemente atuante no agronegócio brasileiro;
  19. Goodyear – Produção e venda de pneus no Brasil;
  20. PACCAR – Fabricante de caminhões com marcas como DAF e Kenworth;
  21. Chevron – Operações na exploração e produção de petróleo e gás;
  22. Halliburton – Serviços para a indústria de petróleo;
  23. Baker Hughes – Soluções para energia e serviços industriais;
  24. Schlumberger – Serviços de campo para exploração e produção de petróleo;
  25. Pfizer – Forte presença no mercado farmacêutico;
  26. Johnson & Johnson – Líder em produtos de saúde e medicamentos;
  27. Abbott Laboratories – Produtos médicos e farmacêuticos;
  28. Merck (MSD) – Desenvolvimento e comercialização de medicamentos;
  29. Bristol-Myers Squibb – Produtos farmacêuticos inovadores;
  30. Eli Lilly – Medicamentos voltados para doenças crônicas e raras;
  31. Burger King – Uma das maiores redes de fast food do país;
  32. Domino’s Pizza – Líder no segmento de entrega de pizzas;
  33. Starbucks – Presente com lojas próprias em diversas cidades;
  34. Kraft Heinz – Produtos alimentícios amplamente distribuídos;
  35. FedEx – Líder em logística e transporte;
  36. UPS – Forte presença no mercado de transporte e logística;
  37. The Walt Disney Company – Operações em mídia, entretenimento e parques temáticos;
  38. Netflix – Escritório no Brasil para produção e parcerias locais;
  39. Boeing – Escritórios e parcerias na indústria aeroespacial brasileira;
  40. Marriott International – Rede de hotéis de luxo e econômicos.

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