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João Martins, presidente da CNA, subiu o tom em suas críticas ao governo Lula III. Nos bastidores, parlamentares ruralistas que fazem a ponte entre o governo e a demanda do setor agropecuário afirmam que o dirigente da maior entidade do agronegócio teria errado a mão ao misturar sua preferência política e ideológica à do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com os interesses do setor. (Foto: Ascom / CNA)

Após presidente da CNA dizer que se recusa a conversar com Lula, Gleise Hoffmann elenca conquistas do governo federal para o agronegócio

Depois de João Martins chamar Lula III de “desgoverno”, presidenta nacional do PT afirma que gestão petista já deu ao setor agropecuário mais de R$ 415 bilhões; “Desgoverno era aquele que a CNA apoiou, que isolou o Brasil e fechou mercados”, disparou a paranaense.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, dizer nesta última terça-feira, 11 de junho, que se recusa a conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleise Hoffmann (PR), elencou nesta quarta-feira, 12 de junho, várias das conquistas que o atual governo federal teria concedido ao agronegócio.

 

O dirigente ruralista, bolsonarista declarado, chamou a gestão atual de Lula de “desgoverno”, após fazer duras críticas a Medida Provisória (MP) 1227, que em busca de equilibrar as contas do governo federal, passou a não permitir mais que empresas obtivessem crédito presumido junto aos encargos do PIS/Cofins (Programa de Integração Social / Contribuição para o financiamento da seguridade social). Trechos da MP foram devolvidos na noite desta terça ao governo pelo presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

 

Na oportunidade, Martins comemorou a decisão de Pacheco, afirmando que “o consenso prevaleceu”. “Mostramos aos parlamentares e ao governo que essa Medida Provisória não poderia prosperar e que ela iria trazer sérias consequências para o setor produtivo”, afirmou Martins depois da polêmica fala em que afirmara, ainda que o país precisava dar “um basta nesse governo”.

 

A FRASE

 

A frase que causou toda a polêmica entre a CNA e o governo federal, dado num momento em que a entidade ruralista buscava em conjunto com outros setores da economia derrubar a MP 1227 foi a seguinte: “Eu não quero falar com o presidente Lula. Eu me recuso a falar com o presidente Lula, porque nós estamos vivendo um desgoverno. Vocês que fazem o Congresso, que fazem com que no Congresso as coisas aconteçam, está na hora da gente dizer que o país precisa de um plano para poder se desenvolver. O país não pode ficar à mercê do momento que o agro vai bem, o país vai bem”.

 

MODULAÇÃO

 

Depois que os pontos da MP, ao qual a CNA pretendia derrubar, ter sido devolvida pelo Congresso Nacional ao governo, Martins destacou que era preciso “reconhecer a busca pelo consenso [feito] do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, que devolveu parte do texto. Foi a maneira mais adequada, o que poderia ser feito”.

 

CONVERSA COM HADDAD

 

Apesar de declarar que não falaria com o presidente Lula, João Martins informou que a instituição ao qual preside buscou participar de reuniões com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na tentativa de anular os impactos negativos da MP 1227 junto ao setor agropecuário para “achar uma solução para a questão”.

 

 

RESPOSTA DA GLEISE

 

A presidenta nacional do PT afirma que gestão petista já deu ao setor agropecuário mais de R$ 415 bilhões; “Desgoverno era aquele que a CNA apoiou, que isolou o Brasil e fechou mercados”, disparou a paranaense.

 

“O presidente da Confederação Nacional da Agricultura foi ao Congresso dizer que se recusa a conversar com o presidente Lula. Vamos mostrar a esse senhor o que Lula fez pelo setor que ele diz representar: O governo do presidente Lula lançou o maior Plano Safra da história: R$ 364,22 bilhões, um aumento de 26,8% sobre o governo anterior. De janeiro de 2023 até abril deste ano, o governo Lula abriu 105 novos mercados para exportações do agro brasileiro em 50 países. E nenhum foi fechado. O agro é o setor mais beneficiado na reforma tributária que o governo Lula aprovou no Congresso. 95% dos produtores rurais serão isentos de imposto”, escreveu a petista paranaense em seu perfil na rede social X – antigo twitter.

 

“Além de financiar a safra 2023/24 com juros baixos, subsidiados pelo Tesouro, o governo Lula mandou renegociar R$ 38,2 bilhões em dívidas rurais. Para os agricultores atingidos pela catástrofe do Rio Grande do Sul, o presidente Lula já anunciou créditos de mais de R$ 15 bilhões. Desgoverno era aquele que a CNA apoiou, que isolou o Brasil e fechou mercados por incentivar o desmatamento, as queimadas, os agrotóxicos, o trabalho escravo e a truculência contra os trabalhadores rurais. O agro não é maior que o Brasil, mas é importante demais para ser representado por pessoas cegas pela ideologia de extrema-direita, incapazes de enxergar um palmo além da própria ganância”, completou a presidenta nacional do PT.

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