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Para o PSOL os “fatos e provas narrados, conclui-se que o deputado Ramagem desonrou o cargo para o qual foi eleito, abusando das prerrogativas asseguradas para cometer as ilegalidades e irregularidades”. No caso de Pazuello, o partido argumenta que a contratação em seu gabinete do general Mário Fernandes “configura grave violação aos princípios éticos e legais que regem o mandato parlamentar”. Na foto acima, a presidenta nacional do PSOL, Paula Coradi, durante uma sessão solene realizada no plenário Ulysses Guimarães que lembrou os seis anos dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. (Foto: Bruna Menezes / Agência Câmara)

Após PF indiciar ex-funcionário de Pazuello e Ramagem por tentativa de golpe de Estado e abolição do regime democrático, PSOL quer que Câmara aprove cassação dois parlamentares do PL fluminense

A líder da legenda de esquerda, Erika Hilton, avalia como “inconcebível” que o ex-ministro da Saúde e ex-chefe da ABIN no governo Bolsonaro continuem parlamentares e sendo abrigados pelo Congresso Nacional para “atentar contra a democracia”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após a Polícia Federal (PF) pedir o indiciamento, nesta quinta-feira, 21 de novembro, do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) e do ex-número dois da Secretaria-Geral da Presidência, general Mário Fernandes, por tentativa de golpe de Estado, abolição do regime democrático e organização criminosa, a federação partidária formada por PSOL e Rede Sustentabilidade quer que a Câmara dos Deputados aprove a cassação tanto de Ramagem, quanto de Eduardo Pazuello (PL-RJ), que empregou Fernandes em seu gabinete na Câmara até março deste ano.

 

A líder da federação partidária de esquerda, que possui 14 deputados, Erika Hilton (PSOL-SP), avalia como “inconcebível” que o ex-ministro da Saúde e ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) no governo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) continuem sendo parlamentares e abrigados pelo Congresso Nacional para “atentar contra a democracia”.

 

De acordo com Hilton, o pedido de cassação contra Pazuello se justifica pelo mandato do ex-ministro da Saúde de Bolsonaro ter empregado entre março de 2023 a março de 2024 o general Mário Fernandes, que foi preso na última terça-feira, 19 de novembro, por conspirar e planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro da Suprema Corte – Alexandre de Moraes.

 

Para a deputada, que foi a primeira transsexual eleita no parlamento brasileiro, os dois mandatos “estão diretamente ligados à tentativa golpista contra nosso próprio país”.

 

“É inconcebível que o Congresso Nacional Sirva de abrigo e remunere todos os meses com dinheiro público pessoas envolvidas em uma tentativa de golpe de Estado que incluía até mesmo o assassinato do presidente da República, do vice-presidente e de um ministro do Supremo”, ressaltou Erika.

 

A presidenta do PSOL Nacional, Paula Coradi, também enfatizou a necessidade de representar no Conselho de Ética: “Golpistas não devem ter anistia e muito menos foro privilegiado. Atentar contra a democracia é algo que não tem compatibilidade com a atividade parlamentar. Por isso, os deputados envolvidos com a tentativa de golpe precisam ter seus mandatos cassados e responder pelos seus crimes”.

 

A Cassação de Ramagem já era um pleito antigo da bancada. Os deputados cobraram, em julho, do presidente da Casa, Arthur Lira, providências para tramitar uma representação protocolada desde abril contra o ex-diretor da ABIN, que não chegou a ser acatada pelo Conselho de Ética da Casa. O pedido tinha como base o fato de Ramagem ser investigado pela PF no caso da “ABIN paralela”, que monitorou ilegalmente mais de 30 mil pessoas – dentre políticos, jornalistas, autoridades e empresários.

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