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O então ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida, durante seminário sobre os 34 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em Brasília, no último dia 11 de julho. (Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil)

Após denúncias de ter cometido assédio sexual virem à tona, Sílvio Almeida é demitido por Lula

O presidente queria que o então ministro dos Direitos Humanos até esta sexta-feira, 6 de setembro, pedisse para se afastar do cargo enquanto acontecem as investigações. Com a recusa de Almeida, Lula disse que tomou a decisão por considerar “insustentável a manutenção do ministro no cargo”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após denúncias de ter cometido assédio sexual contra algumas de suas assessoras no Ministério dos Direitos Humanos (MDH) virem à tona após reportagem publicada no site Metrópoles, o ministro Sílvio Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite desta sexta-feira, 6 de setembro.

 

O presidente queria que o então ministro pedisse para se afastar ou se licenciar do cargo enquanto acontecem as investigações que pesam contra ele. Com a recusa de Sílvio Almeida em se afastar do cargo, afirmando, após reunião que teve com Lula no final da tarde, que não se afastaria e que caberia ao presidente demiti-lo se fosse esse o caso.

 

Após o encontro com Sílvio Almeida e por volta das 19h, Lula por meio de um comunicado à imprensa informou que tomou a decisão por considerar “insustentável a manutenção do ministro no cargo”. Entre as supostas assediadas, está a ministra da Igualdade Racial – Anielle Franco, que em reportagem publicada nesta sexta pelo site Meio mostrou trocas de mensagens informais que os dois tiveram em 2023.

 

As denúncias de assédio foram realizadas junto a Organização Não Governamental (ONG) “Me Too” – eu também em inglês para encorajar mulheres ao redor do mundo denunciar os casos de assédio que já sofreram na vida. Após a divulgação da reportagem do site Metrópoles, tanto o então ministro, como o MDH, emitiram notas repudiando às acusações, pedindo investigação e acusando a ONG “Me Too” de promover a campanha “caluniosa, difamatória e injuriosa” após não serem contempladas com uma licitação feita pela pasta ministerial.

 

Mais cedo, em Goiânia, em entrevista à Rádio Difusora da capital goiana, Lula afirmou que “que não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à defesa das mulheres, à defesa dos direitos humanos com alguém que esteja sendo acusado de assédio”. Segundo o presidente, “o meu governo tem uma prioridade de fazer com que as mulheres se transformem definitivamente em uma parte importante da política nacional, então não posso permitir que haja assédio”.

 

ÍNTEGRA DA COMUNICAÇÃO

 

Abaixo segue a publicação, na íntegra, a “comunicado sobre a demissão do ministro Silvio Almeida” emitida pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República.

 

“Diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira (6), o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania. O presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual. A Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso. A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos. O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.

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