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Em setembro 2023, após calorosos debates, André Janones foi agredido pelo deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), ex-líder do governo Bolsonaro. (Foto: TV Câmara)

Após baixarias e brigas, Câmara pode aprovar resolução mais intolerante com intolerantes

Anúncio foi feito pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira; na última semana, deputada Luíza Erundina de 89 anos foi hospitalizada após sofrer insultos.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após baixarias e brigas consecutivas nos ambientes internos, a Câmara dos Deputados pode aprovar uma resolução que altera o regimento interno da Casa para aplicar penas mais intolerantes contra aqueles que se portarem como intolerantes nas sessões das comissões e ou do plenário.

 

O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL) na noite desta terça-feira, 11 de junho. Na última semana, a deputada Luíza Erundina (PSOL-SP) de 89 anos foi hospitalizada após sofrer insultos de um parlamentar bolsonarista nos bastidores de uma comissão.

 

Também na semana passada, a deputada Coronel Fernanda (PL-MT), coordenadora da bancada de Mato Grosso na Câmara, teria atacado a colega parlamentar Sâmia Bomfim (PSOL-SP) afirmando que a pessolista “tem [que] conversar com pessoal lá do morro do Rio de Janeiro que cometeu o crime gravíssimo” e que tirou a vida do irmão dela, médico, que foi confundido por integrantes do crime organizado como sendo um traficante rival. Diego Bomfim tinha acabado de chegar ao Rio de Janeiro (RJ) para participar de um evento médico.

 

Na semana passada, talvez, o país tenha assistido as cenas mais baixas que expuseram o clima bélico ao qual a atual legislatura enfrenta. Entre discursos a favor e contra ao pedido de admissibilidade de cassação do deputado André Janones (Avante-MG), o próprio Janones se envolveu num tumulto generalizado com o deputado Nicholas Ferreira (PL-MG), que chegou a ter quase vias de fato.

 

“Apresentei ao Colégio de Líderes um projeto de resolução que muda o Regimento Interno da Câmara e cria medidas de suspensão do mandato e exclusão de deputado do trabalho de Comissão com a aplicação de medidas cautelares àqueles que infringirem o Código de Ética”, escreveu Arthur Lira em seu perfil X, antigo twitter.

 

Na mesma linha por punições mais duras a quem desrespeitar o ambiente legislativo, os deputados do PSOL lançaram um manifesto “conclamando” para que todos parlamentares, de diversos partidos e diferentes ideologias, façam um “pacto pela boa política e em defesa da Democracia”.

 

“Ameaças, insultos, tentativas de silenciamento, exaltações da tortura, demonstrações de transfobia e de misoginia têm sido cada vez mais frequentes no Congresso Nacional. O espaço primordial da democracia no Brasil está sendo aviltado e constantemente desrespeitado no que toca aos princípios da Constituição Federal”, afirmaram os pessolistas que pedem intolerância com os intolerantes.

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