Após Armínio Fraga dizer que nota da economia brasileira deveria ser rebaixada e não elevada pela agência Moody’s, Gleise Hoffmann chama ex-presidente do Bacen de “agente do terrorismo fiscal”

Ex-presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Fraga chamou a atenção, em 2022, ao apoiar a candidatura do presidente Lula contra Bolsonaro

 

Por Humberto Azevedo

 

Após o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, dizer que a nota da economia brasileira deveria ser rebaixada e não elevada pela agência de classificação de risco Moody’s como aconteceu na última semana, a presidenta do PT e deputada federal – Gleise Hoffmann (PR) chamou o ex-dirigente do Bacen de “agente do terrorismo fiscal”.

Ex-presidente do Banco Central na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Fraga chamou a atenção, em 2022, ao apoiar a candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra a tentativa de reeleição do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Na época, Fraga afirmou que apesar de ter ressalvas ao plano econômico de Lula – ele não poderia ficar em silêncio contra o que chamou de ataque à civilidade feito constantemente pelo ex-ocupante do Palácio do Planalto nos últimos quatro anos.

A declaração de Fraga aconteceu em entrevista ao Estadão nesta segunda-feira (6). “Fiquei surpreso com a decisão da Moody’s de dar upgrade ao Brasil. Essa classificação tem a ver com a capacidade de o país honrar os seus compromissos externos. E, nesse contexto, um país como o nosso, onde o governo tem pouca dívida externa, muita reserva cambial, taxa de câmbio flutuante, talvez dê para entender. Mas, fora isso, acho que o Brasil deveria ter sido rebaixado. Temos uma deterioração explícita, mas já muito bem percebida, no campo das finanças públicas”, falou.

Em resposta, Hoffmann utilizou o seu canal na rede social X (antigo twitter), para rebater a declaração de Armínio Fraga. “Agora é o próprio Arminio Fraga, campeão dos juros altos, a criticar a Moddy’s por melhorar a nota do Brasil. Quando ele presidia o BC o risco-Brasil bateu recorde negativo de 1.446 pontos e a nota do país chegou ao fundo do poço. Esses agentes do terrorismo fiscal estão revoltados com a melhora dos fundamentos econômicos do país e porque o reinado deles no BC, de Campos Neto, está chegando ao fim. Só lhes reta estimular a especulação para manter juros altos em favor dos rentistas. Colocam seus interesses acima de tudo, inclusive da razão”, disparou.

Armínio Fraga dirigiu o Banco Central no segundo mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entre março de 1999 até dezembro de 2002.

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