Após 12,25% de Selic e disparada de dólar, líder do PT no Senado afirma que “governo está tranquilo: tem munição para enfrentar essa conspiração contra o país”
De acordo com o petista paraense Beto Faro, a terceira gestão do presidente Lula à frente do Palácio do Planalto tem também “capital político para manter, ampliar e renovar o seu programa por um Brasil muito diferente do desejado pelas suas elites escravocratas”.
Por Humberto Azevedo
Após o Comitê de política monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) elevar na última reunião a taxa básica de juros do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) em 12,25% e a cotação da moeda dos Estados Unidos da América (EUA) disparar em meio a insatisfação de alguns agentes que atuam no mercado financeiro, o líder do PT no Senado – senador Beto Faro (PA), afirmou nesta segunda-feira, 23 de dezembro, em artigo publicado no site da liderança do partido na “Casa da Federação” que o “governo está tranquilo” e “tem munição para enfrentar essa conspiração contra o país”.
Em mensagem destinada também a fazer as congratulações de final do ano, o petista paraense afirmou, ainda, que a terceira gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à frente do Palácio do Planalto também tem “capital político para manter, ampliar e renovar o seu programa por um Brasil muito diferente do desejado pelas suas elites escravocratas”. Segundo ele, “a transgressão da razão via o aumento exponencial da Selic não deixa dúvidas” que “no estágio atual” o propósito – segundo ele – dos ataques especulativos contra a economia e a moeda brasileira é “buscar revogar a agenda programática eleita pelo povo brasileiro em 2022, e impor a agenda dos ‘mercados’”.
“O ano de 2024 iniciou e evoluiu em trajetória de avanço sustentável e consistente dos fundamentos da economia real, em que pese a política monetária altamente restritiva para o dinamismo da atividade econômica, sem razões técnicas para tal. Hoje, está claro que a conduta do Banco Central na política monetária, desde o início do governo, fazia parte de um enredo dos mercados e dos seus prepostos em parte da mídia, que atualmente protagonizam capítulo de enorme e organizada excitação para sabotar o governo Lula”, comentou.
“Trata-se de aplicar um ‘mata-leão’ no governo Lula, até que este decline do seu programa e, de preferência, que o presidente desista da sua intenção pela reeleição. Diante do êxito da política econômica e da musculatura das políticas sociais, o ‘mercado’ passou a se assustar com as transformações em curso no Brasil. Afinal, retirar milhões da pobreza, pleno emprego, aumento real do salário mínimo e da massa salarial dos trabalhadores, ganhos reais nas aposentadorias e BPC, resultariam em maiores custos para as empresas, falta de serviçais para os lares abastados, pobres nos aeroportos, mais gente na Disney. Como assim?”, questiona o senador se utilizando de uma pergunta retórica.
“Vale deixar claro que as medidas de corte de gastos enviadas pelo governo ao Congresso previam economia de R$ 70 bilhões em dois anos, e que, sim, preservam o programa político do governo Lula, mas em bases um pouco mais modestas, posto que envolvem a redução nos ganhos reais do salário mínimo, com seus reflexos na previdência e BPC; benefício que, a propósito, também contará com regras mais restritivas. Houve alguma desidratação no Congresso, mas segundo a Fazenda, sem comprometimento do fundamental. Em resumo, o governo fez a sua parte, cortando gastos que efetivamente garantirão a conformidade das contas públicas ao arcabouço fiscal”, complementou.
“Mas nada abala a predisposição à sabotagem por parte de 90% dos habitantes da Faria Lima. Quando Lula foi internado para a cirurgia de urgência em São Paulo, o dólar caiu; quando os médicos anunciaram a alta hospitalar do presidente, o dólar disparou. Desde então, as ações significativas e coordenadas dos mercados pela desvalorização do Real exigiram que o BCB, já sob a influência do novo presidente, despejasse montanhas de dólares para conter o ataque. Feliz Natal a todos e todas!”, criticou o líder petista apontando ao mesmo que a gestão do presidente Lula está preparada para enfrentar a situação.