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Imagem aérea feita por drone mostra o momento em que foi feito um abraço coletivo e simbólico em defesa da democracia na Praça dos Três Poderes. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

Ao lembrar a depredação das sedes dos Três Poderes há dois anos, Lula afirma “ainda estamos aqui”; “a democracia venceu”, comentou

O ato com representantes dos Três Poderes e diversas autoridades que foi finalizado com um abraço pela democracia na Praça dos Três Poderes marcaram a passagem dos dois anos das invasões e quebradeiras dos prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e da Suprema Corte.

 

Por Humberto Azevedo

 

“Se hoje estamos aqui para renovar nossa fé no diálogo entre os opostos, na harmonia entre os Três Poderes e no cumprimento da Constituição, é porque a democracia venceu. Estamos aqui porque é preciso lembrar. Para que ninguém esqueça. Para que nunca mais aconteça”. Com essas palavras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sublinhou a importância do alinhamento institucional do país para preservar o Estado Democrático de Direito.

 

A fala acima de Lula integrou um discurso de quase 25 minutos realizado na manhã desta quarta-feira, 8 de janeiro, quando foi realizada uma solenidade que marcou os dois anos das invasões e das quebradeiras às sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, em 8 de janeiro de 2023.

 

“Hoje é dia de dizermos em alto e bom som: ainda estamos aqui. Estamos aqui para dizer que estamos vivos e que a democracia está viva, ao contrário do que planejavam os golpistas de 8 de janeiro de 2023. Caso contrário, muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado. E não permitiremos que aconteça outra vez”, acrescentou o presidente Lula ao comentar do episódio descoberto pelas investigações que apuram a participação de integrantes das Forças Armadas na tentativa de Golpe de Estado, que pretendiam ceifar as vidas tanto dele, quanto do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.

 

DEFESA DA PLURALIDADE

 

Lula discursa em cerimônia no Palácio do Planalto em defesa da democracia, da pluralidade de opinião, da presunção de inocência, do amplo direito de defesa e do Estado Democrático de Direito. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

 

A cerimônia, que contou com a presença de ministros, parlamentares, governadores e representantes dos Três Poderes, além dos comandantes das Forças Armadas. Lula reforçou que a cultura e os valores da sociedade não serão sequestrados por aqueles que não compreendem a importância da pluralidade.

 

“Democracia para poucos não é plena. Por isso, a democracia será sempre uma obra em construção. Seremos intransigentes na defesa da democracia e renovaremos sempre nossa fé inabalável no diálogo, na união, na paz e no amor ao próximo”, pontuou. 

 

Durante o discurso escrito, precedido por uma fala de improviso, Lula destacou ainda que caso o Golpe de Estado tivesse tido sucesso, direitos teriam sido suprimidos. O presidente também defendeu que os investigados e os conspiradores, acusados de se envolverem em crimes contra à democracia, por planejaram a abolição violenta do Estado Democrático de Direito serão julgados e punidos, mas que terão todo o direito à presunção da inocência e ao amplo direito de defesa.

 

“Todos vão pagar pelos crimes que cometeram. Todos. Mas a todos será garantido o pleno direito de defesa e a presunção de inocência. (…) Estamos aqui, mulheres e homens de diferentes origens, crenças, partidos e ideologias, unidos por uma causa em comum. Estamos aqui para dizer algo: ditadura nunca mais. Estamos aqui para lembrar que, se estamos aqui, é porque a democracia venceu. Caso contrário,  muitos de nós talvez estivéssemos presos, exilados ou mortos, como aconteceu no passado e não permitiremos que [isso] aconteça outra vez”, completou.

 

LIBERDADE DE EXPRESSÃO

 

Lula lembrou que poder pensar diferente é algo intrínseco à democracia.

 

“Do contrário, a única liberdade de expressão permitida seria a do ditador, usada para mentir, falar do ódio e incitar a violência contra quem pensa diferente. Estamos aqui para garantir que ninguém seja morto ou desaparecido em razão da causa que defende. Estamos aqui em nome daquelas e daqueles que não podem mais estar. Estamos aqui em nome de todas as Marias e Clarices e Eunices”, continuou.

 

“Meus amigos e minhas amigas, democracia para poucos não é democracia plena, por isso a democracia será sempre uma obra em construção. A democracia será plena quando todas e todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança e cultura. Quando tiver as mesmas oportunidades de crescer e prosperar”, complementou.

 

DIREITO DE AMAR E CRER

 

Lula destacou também que democracia é a possibilidade de ser o que se é.

 

“A democracia será plena apenas quando todos e todas sejam de fato iguais perante a Lei e a pele negra não seja mais alvo da truculência dos agentes do Estado. Quando o povos indígenas tiveram direitos às suas terras, sua cultura e suas crenças. Quando as mulheres conquistarem igualdade de direitos e o direito de estar onde tiverem que estar sem ser julgadas, agredidas ou assassinadas. Quando todas as religiões forem respeitadas e viverem em harmonia, porque a fé deve unir e não colocar irmãos contra irmãos. Quando qualquer pessoa tiver o direito de amar e ser amada por qualquer pessoa sem sofrer qualquer tipo de preconceito e discriminação ou violência”, encerrou.

 

Com informações de assessoria.

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