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Eduardo Taveira, secretário de Meio Ambiente do Amazonas, em entrevista ao portal RDMNews. (Foto: Humberto Azevedo / RDMNews)

“A nossa maior preocupação hoje da parte ambiental ainda é a questão da seca”, afirma secretário de Meio Ambiente do Amazonas

Eduardo Taveira falou, ainda, com exclusividade para o portal RDMNews, que “há pouco espaço para o negacionismo climático porque ele está batendo às nossas portas”.

 

Por Humberto Azevedo, enviado especial a Porto Velho.

 

O secretário de Meio Ambiente do estado do Amazonas, Eduardo Taveira, afirmou com exclusividade ao portal RDMNews, que “a nossa maior preocupação hoje da parte ambiental ainda é a questão da seca”, que vem assolando boa parte da região amazônica desde o ano passado, 2023.

 

A declaração aconteceu em meio a participação dele durante o primeiro dia de atividades do 28º fórum dos governadores da Amazônia Legal realizado na capital rondoniense. Taveira também foi o representante do governador amazonense Wilson Lima (União Brasil) no encontro, em virtude que o gestor do Amazonas não pode comparecer ao seminário realizado em parceria com o Consórcio Interestadual da Amazônia Legal que engloba além dos sete estados da região Norte do país, os estados de Mato Grosso e Maranhão.

 

“Esse 28º fórum dos governadores é importante porque a gente está vivendo uma crise climática cada vez maior, cada vez mais grave, com duas secas já profundas – uma seguida da outra, que requer políticas públicas mais adaptadas à nova realidade e essas câmaras setoriais e os comitês tanto de meio ambiente, como de agricultura, segurança pública e outras, elas são estruturas que vão permitir aos governadores, depois, melhorar a eficiência do nosso trabalho. A nossa maior preocupação hoje da parte ambiental ainda é a questão da seca, essa seca profunda que vai se aprofundar e não há previsão de chuvas, pelo menos no Amazonas, até o ano que vem”, iniciou.

 

“Então, é importante que a gente saiba lidar com questões como queimadas, falta de água, a falta de acesso às comunidades mais isoladas e que está organizado de maneira em que a gente possa atender, em especial, áreas de fronteiras como o sul do estado, aqui em Porto Velho, também a região do Acre. Então, há muita relação de fronteiras que precisam ser trabalhadas em conjunto e o fórum tem essa proposta de organização destas agendas”, continuou.

 

SEM NEGACIONISMO CLIMÁTICO

 

O representante do estado do Amazonas falou, ainda, que “há pouco espaço para o negacionismo climático porque ele está batendo às nossas portas”. Mas frisou que a luta pela preservação ambiental precisa ser feita em parceria com o setor primário (agropecuário) da região. Ele também comentou as dificuldades burocráticas para acessar os recursos criados com objetivo de preservar a floresta.

 

“Tem duas questões que são bem importantes, que são os recursos para financiamento da agenda climática que ele existe – mas ele é só muito burocrático para o acesso. Então, é importante que no nível internacional não se garanta somente apenas as questões relacionadas a volumes de mobilização de recursos e, sim, como fazer efetivamente para que os estados, as comunidades [consigam acessar esses recursos]. Só assim a gente vai ter uma garantia efetiva da compensação desses impactos [climáticos] que foram gerados na sua maioria pelos países ricos”, observou.

 

“Então, agora, a gente tem um modelo de uma economia que precisa ser adaptada a essa nova realidade climática. De outro lado, tem também a nossa própria responsabilidade de gerar políticas públicas que permitam uma melhoria da qualidade de produção do setor primário, que é super importante na nossa economia. Essa compatibilidade da produção agropecuária com os regimes de floresta em pé, com a manutenção do ciclo de água, que é importante para esse setor econômico também, então, está tudo integrado e vem mais esse sistema de floresta de produção como um sistema integrado e não essa ruptura, não é? Que geralmente tem-se pregado. Dá para fazer as coisas juntas e a gente tem apenas que encontrar soluções neste âmbito e acho que há pouco espaço para o negacionismo climático porque ele está batendo às nossas portas”, complementou.

 

“A gente está vendo regimes extremos que aconteciam a cada sessenta, setenta anos, em que o bioma era altamente adaptado a essas condições e que hoje estão cada vez mais reduzidos. No Amazonas, por exemplo, nos últimos dez anos, nós tivemos as duas maiores cheias e estamos, agora, indo para a maior seca que já vai bater o recorde do próprio ano passado. Então, a gente não tem registros de nem como operar nesse sistema, nem de como o bioma vai se adaptar e quais serão os impactos futuros para as comunidades e como lidar com problemas decorrentes disso como queimadas e de mecanismos de uso da terra que ainda prejudicam a qualidade do ar. Então, são várias coisas que são novas para todos nós e como eventos como esse de integração ajudam a entender melhor esse cenário para o futuro”, finalizou.

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