Decisão do Copom em manter juros a 10,5% retrai crescimento, prejudica geração de empregos e onera contas públicas, lamenta Randolfe Rodrigues
De acordo com o líder do governo no Senado, a decisão do colegiado do BCB “não foi técnica” e está em sintonia com um mercado financeiro que vem errando “todas as projeções de inflação e de crescimento econômico”; Randolfe sustenta que “a decisão do Copom, mantém o Brasil como um dos maiores juros reais do mundo“.
Por Humberto Azevedo
O líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), lamentou na noite desta última quarta-feira, 19 de junho, a decisão do Conselho de política monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB) de manter em 10,5% a taxa de juros básica.
Segundo o líder governista, a decisão do colegiado do BCB “não foi técnica” e está em sintonia com um mercado financeiro que vem errando “todas as projeções de inflação e de crescimento econômico”. De acordo com Randolfe, “não temos inflação de demanda e a própria inflação está dentro da meta” e que, por isso, “a decisão do Copom, mantém o Brasil como um dos maiores juros reais do mundo“.
O governista lamentou, ainda, que o Copom vem seguindo, segundo ele, uma atuação parcial, partidária e ideológica por parte do atual presidente do BCB, Roberto Campos Neto, que termina o seu mandato no próximo dia 31 de dezembro.
As afirmações de Randolfe foram feitas em sua conta nas redes sociais. Entretanto, ele não comentou o fato que a decisão do Copom foi unânime, com todos os diretores votando dessa forma, inclusive os quatro indicados pelo presidente Lula da Silva (PT).
O Copom justificou que o cenário da inflação ainda requer cuidados e não justifica uma mudança na taxa de juros. Isso ocorre devido aos riscos de alta para o cenário inflacionário, tanto globalmente quanto internamente.
“A decisão, ainda, tem como consequência o aumento das despesas com os serviços da dívida por causa dos juros elevados e assim eleva o déficit público. Por fim, a decisão do BC retrai o crescimento, prejudica a geração de empregos e onera as contas públicas. A decisão do Copom, em interromper a queda da taxa básica de juro, é anacrônica com a economia real do Brasil. Só favorece especuladores e financistas e sabota o país“, disparou.