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Arthur Lira se cerca dos líderes partidários da Casa, incluindo os líderes do PT, Odair Cunha (MG), e do governo, José Guimarães (PT-CE), para dizer que o “PL do estupro” não será votado sem “amplos debates”. (Foto: Marina Ramos / Agência Câmara)

Após repercussão negativa, Lira anuncia que não votará mérito do “PL do estupro” sem debates

Ao lado de todos os líderes da Câmara, o alagoano disse que a decisão de pautar e votar a urgência da proposição na última semana não foi dele e, sim, de todo o colégio de líderes. Ex-esposa de Arthur Lira, Jullyene Lins, no sábado prometeu para o “fora Lira” da presidência da Câmara “detalhar com muitas provas” para “desmascará-lo”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após repercussão extremamente negativa em torno da aprovação da urgência ao Projeto de Lei (PL) 1904/24, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (PP-AL), anunciou na noite desta terça-feira, 18 de junho, que não votará mérito do “PL do estupro”, como ficou conhecido o projeto, sem a realização de “amplos debates”.

 

Ao lado de quase todos os líderes da Câmara, o alagoano disse que a decisão de pautar e votar a urgência da proposição na última semana não foi dele e, sim, de todo o colégio de líderes. Tentando se desvencilhar de apoiador da proposta, Lira foi além: “Quero reafirmar que nada nesse projeto retroagirá nos direitos já garantidos e nada irá avançar para trazer qualquer dano às mulheres”, falou em pronunciamento.

 

“[Quero] reafirmar a importância do amplo debate. Isso é fundamental para exaurir todas as discussões, para se chegar a um termo que crie, para todos, segurança jurídica, humana, moral e científica sobre qualquer projeto que possa a vir a ser debatido na Câmara. (…) Nunca fugiremos a essa responsabilidade de fazer o debate e fazê-lo com exatidão e nunca faltar com espírito aberto e democrático para que a sociedade participe”, complementou encerrando o pronunciamento e sem responder as perguntas.

 

EX-ESPOSA

 

No último sábado, a ex-esposa de Arthur Lira, Jullyene Lins, prometeu nas suas redes sociais que o “fora Lira” da presidência da Câmara em 1º de fevereiro de 2025, quando os deputados elegerão um novo presidente, virá para “desmascará-lo”.

 

“Agredida, violentada, ameaçada, censurada, coagida, além de sofrer crises corriqueiras de pânico, e se tudo isso não bastasse, ainda sou perseguida pelo seu Gestapo institucional que não compartilha provas, não investiga, não julga processos, apenas engaveta tudo que possa expor esse chantagista! O fora Lira será ainda maior, pretendo detalhar com muitas provas, documentos e áudios tudo que for possível, para desmascará-lo, agora sem medo de morrer, devido a grande repercussão de quem de fato é esse covarde! Jamais perderei a esperança de que um dia, se fará justiça, e quem sabe não consigo até ajudar a PF a encontrar o verdadeiro dono dos 4 Milhões abandonados até hoje nos cofres da instituição?”, escreveu Jullyene que pediu ainda para ser ouvida pelos parlamentares sobre provas contra o ex-marido e atual presidente da Câmara.

 

“Eu acredito que nesse momento seria muito mais oportuno um requerimento de urgência para ouvir o que eu tenho a falar e apresentar sobre o presidente da Câmara dos Deputados. Não haverá justiça nem imparcialidade nessa casa enquanto não for apurado tudo o que for necessário para cessar essas chantagens e hipocrisias! Quando a justiça falha, o povo clama e vocês precisam nos atender! Esta, é ou não, a casa do povo?”, continuou a ex-esposa de Lira que o acusa de a ter agredido quando eram casados e durante o período de separação.

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