Ziulkoski destaca que prejuízos com desastres ambientais e climáticos nos últimos dez anos ultrapassam R$ 639 bilhões; valor não contabiliza catástrofe ambiental do RS
Presidente da CNM disse também que os prefeitos não acreditam mais nos anúncios prometidos por todos os governos federais; segundo o dirigente municipalista, as prefeituras apresentaram perdas nestes últimos dez anos de 81 bilhões e a União autorizou apenas o repasse de R$ 9 bi.
Por Humberto Azevedo
(Brasília-DF, 20/05/2024) O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, destacou nesta segunda-feira, 20 de maio, que o cálculo auferido pela entidade mostra que os prejuízos com desastres ambientais e climáticos nos últimos dez anos (2013-2023) ultrapassam a quantia bilionário de R$ 639 bilhões. Segundo ele, neste valor não estão contabilizadas as perdas com catástrofes ambientais no início do ano e nem àquela a ser apurada pelas enchentes do Rio Grande do Sul (RS), que deixou mais de 90% municípios debaixo d’água.
Ziulkoski disse também que os prefeitos não acreditam mais nos anúncios prometidos pelos ocupantes do governo federal. Pois, segundo o dirigente municipalista, as prefeituras apresentaram perdas nestes últimos dez anos de R$ 81 bilhões e a União autorizou apenas o repasse de R$ 9 bi. Em 2024, o presidente da CNM informou que os desastres causados pelas mudanças climáticas já alcançaram o valor de R$ 32 bilhões, sem considerar o estrago causado pelas chuvas no estado gaúcho.
O dirigente municipalista especificou que desde 2013 foram publicados mais de 64 mil decretos de emergência ou de calamidade pública, sendo que 418 milhões de pessoas teriam sido afetadas. Ou seja, quase o dobro da população brasileira que foi computada pelo censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2023, de 213 milhões. As mortes causadas pelos sinistros de ordem ambiental e climática foram de 2.667. E mais de 925 milhões de pessoas ficaram desabrigadas e 4,1 milhões de desalojados.
“Foram R$ 81 bilhões de prejuízo aos cofres públicos [municipais nestes últimos dez anos] e o governo [federal] só autorizou o repasse de R$ 9 bilhões. (…) Todos os municípios do Brasil tiveram eventos da natureza que ocasionou problemas a comunidade e a prefeituras”, apontou Ziulkoski.
Com informações da assessoria da CNM.