• Política

Desastres climáticos já atingiram quase 40 milhões de brasileiros e comprometem a economia do país

• 7 de maio de 2024

Por João Pedro Marques

 

Agronegócio já perdeu R$ 423,8 milhões com chuvas no RS

As chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul têm causado grandes prejuízos, principalmente no setor agropecuário, segundo um levantamento recente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). De acordo com os dados levantados até domingo (5/5), os danos financeiros nesse setor já alcançam a marca de R$ 423,8 milhões, em uma amostra de 19 municípios. Contudo, o montante total de prejuízos no estado, incluindo outros setores e o setor público, chega a R$ 559,8 milhões. A abrangência do desastre é evidenciada pelo fato de que 170 municípios declararam situação de calamidade, conforme a Defesa Civil nacional, e mais de 330 foram afetados, de acordo com a Defesa Civil gaúcha.

Desastres climáticos já afetam quase 40 milhões de brasileiros

Os números fornecidos pela CNM ilustram a magnitude dos desastres climáticos no Brasil em 2023. Cerca de 37,3 milhões de pessoas foram afetadas em todo o país, com registros de 258 mortes, 126.345 desabrigados e 717.934 desalojados. Os prejuízos financeiros decorrentes desses eventos somaram R$ 105,4 bilhões, com a agropecuária liderando a lista de setores mais impactados. A agricultura registrou danos de R$ 53,6 bilhões, enquanto a pecuária sofreu perdas de R$ 15,3 bilhões.

Desastre ambiental no RS pode levar o Brasil a importar arroz e feijão

O presidente Lula afirmou nesta terça-feira (7) que, se for o caso, o Brasil pode importar arroz e feijão para lidar com prejuízos nas safras. “Agora com a chuva eu acho que nós atrasamos de vez a colheita [do arroz] do Rio Grande do Sul. Se for o caso para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, a gente vai ter que importar feijão para que a gente coloque na mesa do povo brasileiro um preço compatível com aquilo que ele ganha”, disse. No caso do arroz, como o Rio Grande do Sul é o principal produtor do país, Lula acredita que as enchentes que devastaram o estado terão impacto na oferta do alimento para os consumidores, com impacto nos preços.

Desastre no RS gera impactos econômicos para todo o país

A maior enchente da história do Rio Grande do Sul retirou milhares de famílias de suas casas, destruiu partes de cidades e causou quase 100 mortes até agora, com mais de 350 cidades em estado de calamidade. Além de todo esse caos humanitário, toda a tragédia impacta diretamente na economia não só da região, mas de todo o país. Além de ser responsável por quase 60% da produção nacional de arroz produzido no Brasil, o Rio Grande do Sul tem 15% das lavouras de soja do país. E mais: as inundações afetaram frigoríficos e a pecuária.

Apesar dos desastres, alguns dados positivos para a pecuária nacional

Falando em pecuária, eis alguns dados positivos para o setor. O peso médio do gado abatido no Brasil aumentou 14% em 20 anos, enquanto a produção de carne por hectare cresceu 36%, devido ao avanço da genética e ao melhoramento genético. Isso resultou em animais mais produtivos e lucrativos. A associação do setor destaca o impacto positivo na produtividade, considerando o tamanho do rebanho brasileiro e o potencial para mais melhorias.

Congresso vai analisar projeto para acelerar recursos para o RS

Câmara e Senado devem analisar nos próximos dias um projeto de decreto legislativo para acelerar o repasse de verbas para o Rio Grande do Sul, que sofre com enchentes provocadas pelo volume de chuva nos últimos dias. O projeto, assinado ontem pelo presidente Lula, reconhece o estado de calamidade no Rio Grande do Sul. O tema é considerado prioridade absoluta pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco. O anúncio foi feito após reunião no Palácio do Planalto. Além de Lula, Pacheco e ministros de diversas pastas, participaram o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o vice-presidente do Supremo, Edson Fachin.

Projeto é limitado ao Rio Grande do Sul, explica Simone Tebet

De acordo com a ministra do Planejamento, Simone Tebet, o decreto significa, na prática, exceções à Lei de Responsabilidade Fiscal para socorrer o Rio Grande do Sul em questões que dependem dos aspectos orçamentário e financeiro. O decreto é limitado ao estado e às ações referentes à situação de calamidade pública enfrentada. “A partir desse decreto legislativo, fica fora do limite de gastos do Orçamento federal e fora das metas fiscais qualquer benefício, incentivo ou gastos que venhamos a fazer com o estado e com os municípios”, explicou a ministra.

Brasileiros estão trocando a poupança por fundos de investimento

Os brasileiros estão deixando de usar a poupança como principal forma de investimento, conforme dados do Banco Central. Em 2022, a maior parte dos fundos retirados da poupança foi direcionada para outros investimentos, como CDBs, LCAs e LCIs, especialmente por investidores de alta renda, devido ao rendimento mais baixo da poupança em comparação com outras opções atreladas à taxa básica de juros, Selic.

Conforme já apontou a coluna, PT define candidatos para as capitais

A coluna já adiantou aqui ainda no início do ano e a Executiva Nacional do PT ontem apoio a 14 pré-candidatos nas capitais dos estados. Após se reunir ontem, a direção petista fechou a posição do partido nas eleições municipais deste ano. Os únicos pré-candidatos de outros partidos que já têm o apoio do PT confirmado são Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Marcus Alexandre (MDB), em Rio Branco. Em Maceió, Fortaleza, Vitória, Goiânia, Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Teresina, Natal, Porto Alegre, Florianópolis e Aracaju o partido apresentará candidaturas próprias. Em outras 12 capitais, o PT ainda enfrenta falta de acordo. No Rio de Janeiro, por exemplo, a direção nacional do partido quer indicar o vice na tentativa de reeleger o prefeito Eduardo Paes (PSD), que tem sinalizado que prefere indicar o correligionário Pedro Paulo. O PT também decidiu sua posição em cidades com mais de 100 mil habitantes, como São Bernardo do Campo (SP), berço político de Lula, que tem Luiz Fernando Teixeira (PT), irmão do ministro de Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, como pré-candidato, e Maricá (RJ), que terá o deputado Washington Quaquá (PT) como pré-candidato. No total, o PT decidiu sua posição em 64 cidades com 100 mil habitantes ou mais.

PF deflagra investigação contra ameaças ao presidente do União Brasil

A Polícia Federal (PF) deu início à Operação Stasis, nesta terça-feira (7), que visa investigar as ameaças sofridas por Antônio Rueda, presidente do União Brasil. Rueda afirma que recebeu ameaças de morte do ex-presidente do partido, Luciano Bivar. As equipes da PF cumprem cinco mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no interior de Pernambuco. As investigações tiveram início na Justiça do Distrito Federal, mas foram transferidas para o STF devido ao foro privilegiado de Bivar.

FRASE DO DIA

“Todas as medidas legislativas neste momento são para atendimento ao Rio Grande do Sul, sem nenhum tipo de possibilidade de afrouxarmos as nossas metas fiscais, para o resto do País, com o controle de gastos, com toda a responsabilidade fiscal”.

Do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara Federal.