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Para o governo brasileiro, os casos julgados pela justiça brasileira e consagrado no sistema jurídico pátrio, deve ser exercida e obedecida pelas leis do Brasil. (Foto: Divulgação / Governo dos EUA)

Brasil recebe com surpresa manifestação do governo dos EUA a favor de empresas norte-americanas de se eximir em cumprir decisões judiciais no país

O governo brasileiro rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988.

 

Por Humberto Azevedo

 

O Brasil recebeu nesta quarta-feira, 26 de fevereiro, com surpresa, a manifestação do Departamento de Estado do governo dos Estados Unidos da América (EUA) a favor de ações movidas naquele país por empresas norte-americanas de se eximir em cumprir decisões judiciais estabelecidas pelo Poder Judiciário brasileiro.

 

De acordo com a nota emitida pelo governo brasileiro o país “rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988”. A nota foi divulgada às 18h19.

 

A nota do governo brasileiro aconteceu após o Departamento de Estado dos EUA afirmar nas suas contas nas redes digitais que o “respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil. Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com os valores democráticos”.

 

“O governo brasileiro recebe, com surpresa, a manifestação veiculada hoje pelo Departamento de Estado norte-americano a respeito de ação judicial movida por empresas privadas daquele país para eximirem-se do cumprimento de decisões da Suprema Corte brasileira. A manifestação do Departamento de Estado distorce o sentido das decisões do Supremo Tribunal Federal, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente, inclusive a exigência da constituição de representantes legais a todas as empresas que atuam no Brasil. A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal. O Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais. Os fatos envolvendo a tentativa de golpe contra a soberania popular, após as eleições presidenciais de 2022, são objeto de ação em curso no Poder Judiciário brasileiro.”

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