Pesquisa Quaest aponta que desaprovação do governo Lula dispara em seis estados
Governo Lula III tem rejeição de 60% em estados como SP, MG, RJ, GO, PR, RS; gestão também é desaprovada por maioria na Bahia e em Pernambuco.
Por Humberto Azevedo
O levantamento realizado pela pesquisa Quaest avaliou que a aprovação à gestão em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás despencou. O governo Lula III tem rejeição de 60% em estados como São Paulo (SP), Minas Gerais (MG), Rio de Janeiro (RJ), Goiás (GO), Paraná (PR) e Rio Grande do Sul (RS). Gestão também é desaprovada por maioria da população nos estados da Bahia e em Pernambuco.
A pesquisa foi realizada em parceria com a Genial Investimentos. O cientista política e diretor da Quaest, Felipe Nunes, teceu alguns comentários nas redes digitais da empresa em que aponta que a maior desaprovação ocorre no estado de Goiás, onde 70% dos goianos desaprocam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estados como a a Bahia e Pernambuco, que foram cruciais para a vitória de Lula em 2022, a desaprovação do governo alcança 51% e 50% respectivamente.
Segundo Nunes, apesar do Produto Interno Bruto (PIB) ter crescido 3,5% em 2024 – de acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – em todos os 8 estados pesquisados, a percepção da população é que a economia piorou. Em SP, por exemplo, 62% acham que a economia piorou no último ano. Na BA, esse percentual chegou as 50%. De acordo com ele, essa piora não parece vir do desemprego. Há uma alta correlação entre a tx de desocupação real e a percepção sobre a dificuldade de se conseguir emprego. No RJ e BA, onde a desocupação é maior, mais gente afirma estar difícil achar emprego. No PR e em MG, onde a desocupação é menor, a percepção de dificuldade é menor.
Felipe Nunes aponta também que a sensação de piora na economia pode ser explicada pela quase unanimidade na percepção de aumento no preço dos alimentos nos oito estados pesquisados. Embora em SP a inflação acumulada de alimentos tenha chegado a 10% em 2024, e em Salvador tenha sido bem menor, 5,84%; nos dois estados, 95% afirmam que os preços de alimentos subiram no último mês. O cientista político salienta que além do fator econômico, que continua pesando negativamente na avaliação do governo, também pesa contra a percepção de que o país não caminha na direção certa. Essa é a percepção nos oito estados pesquisados. Sem um rumo certo, o governo transmite insegurança para a população, avalia.
“A consequência disso é que a grande maioria nos oito estados acham que nos próximos dois anos do mandato do presidente Lula ele deveria fazer um governo diferente do que tem feito até agora. Ou seja, é enorme a expectativa que mudanças aconteçam. Essa crescente desaprovação ao governo começa a impactar a rejeição de Lula em alguns estados. Em SP, por exemplo, a rejeição do atual presidente chega a 66%, maior do que a de Bolsonaro (53%). Em MG, onde Lula venceu por pequena margem, acontece o mesmo. Sua rejeição bate 62%, contra 51% de rejeição a Bolsonaro. O cenário é o mesmo no RJ (58 x 49), no PR (68 x 44), RS (62 x 51) e GO (67 x 41). Bolsonaro só tem rejeição mais alta que Lula na BA (39 x 60) e PE (40 x 56)”, observa.
“Os candidatos governadores são, em geral, desconhecidos fora de seus estados, e altamente aprovados dentro de casa. Tarcísio tem rejeição baixa em SP, Zema tem rejeição baixa em MG, Ratinho tem rejeição baixa no PR e Caiado tem rejeição baixa em GO. Michele, Marçal, Gusttavo Lima e Eduardo Bolsonaro tem níveis de conhecimento e rejeições parecidas, sendo que a mais competitiva entre eles é a ex-primeira dama”, diagnostica Felipe Nunes.
Veja abaixo os principais resultados da pesquisa.
São Paulo desaprovam – 69%; aprovam – 29%; não sabem / não responderam – 2%.
Minas Gerais desaprovam – 63%; aprovam – 35%; não sabem / não responderam – 2%.
Rio de Janeiro desaprovam – 64%; aprovam – 35%; não sabe / não respondeu – 1%.
Bahia desaprovam – 51%; aprovam – 47%; não sabem / não responderam – 2%.
Paraná desaprovam – 68%; aprovam – 30% não sabem / não responderam – 2%.
Rio Grande do Sul desaprovam – 66%; aprovam – 33%; não sabe / não respondeu – 1%.
Pernambuco desaprovam – 50%; aprovam – 49%; não sabe / não respondeu – 1%.
Goiás desaprovam – 70%; aprovam – 28%; não sabem / não responderam – 2%.