Ministério da Cultura emite “nota de solidariedade” a Marcelo Rubens Paiva
Filho do ex-deputado Rubens Paiva, assassinado pela ditadura militar, e autor de “Ainda Estou Aqui”, que conta as memórias de sua mãe, Eunice Paiva, foi agredido neste último domingo quando brincava o pré-carnaval na capital paulista.
Por Humberto Azevedo
O Ministério da Cultura (Minc) emitiu uma “nota de solidariedade” ao jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva, que foi agredido com uma lata de cerveja e uma mochila neste último domingo, 23 de fevereiro, quando brincava o pré-carnaval nas ruas da capital paulista.
Marcelo é filho do ex-deputado Rubens Paiva (PTB-SP), assassinado pela ditadura militar em 1971, e autor de “Ainda Estou Aqui”, que conta as memórias de sua mãe, Eunice Paiva, e que recentemente foi levado para a tela do cinema pelas mãos do cineasta Walter Moreira Salles.
Na nota, o Ministério – que tem a frente a ministra e cantora Margareth Menezes – afirmou que “o objetivo do carnaval é a diversão, o respeito mútuo e a ocupação da cidade de forma gratuita e acessível” e devido ao fato que neste 2025, o bloco onde Marcelo Rubens Paiva desfilava ter escolhido “homenagear a obra que retrata um triste episódio da história do país”., num momento que deveria ser “de alegria, respeito e inclusão, tendo Marcelo, que é cadeirante, como porta-estandarte”.
“O Ministério da Cultura (MinC) se solidariza ao escritor Marcelo Rubens Paiva. O autor de, entre outras importantes obras, o livro Ainda Estou Aqui – que inspirou filme homônimo, indicado a três categorias do Oscar – foi alvo de um ataque covarde na tarde deste domingo (23), durante o desfile do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, na região central de São Paulo. Além de injustificada, a agressão se deu em meio aos já tradicionais festejos de blocos carnavalescos – comemoração que ganha cada vez mais força em todo país, sobretudo, na capital paulista. O objetivo do carnaval é a diversão, o respeito mútuo e a ocupação da cidade de forma gratuita e acessível”, diz um trecho da nota.
“É triste receber a notícia que Marcelo, usando uma máscara da atriz Fernanda Torres, e durante os vários motivos que temos para comemorar sua vida, resistência e obra, tenha sido alvo dessa situação. Nós, do Ministério da Cultura, repudiamos todo e qualquer ato de violência e nos solidarizamos com esse grande nome da nossa história e cultura. Seguir no festejo, só mostra sua grandeza e força. O MinC espera que esse triste episódio seja um caso isolado e que todas as pessoas sejam capazes de aproveitar essa festa de todos e para todos com alegria e respeito”, complementou a nota do Minc.