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A imagem mostra funcionários dos Correios realizando triagem de encomendas e correspondências em uma unidade de distribuição dos Correios em Brasília (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

Após notícia de rombo de R$ 2 bi e distribuição de “vale peru” a funcionários, sindicatos dos Correios acusam bolsonaristas de promover ataques

Em nota distribuída pela Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios, categoria responsabiliza a gestão Bolsonaro por sucatear a empresa “e agora” tentar “colocar a culpa no governo Lula”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Após notícia divulgada por sites como da revista “Veja” e do “Poder 360º” de que um rombo de R$ 2 bilhões afetariam o futuro da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), e de que haveria a distribuição de um “vale peru” a funcionários, os sindicatos da estatal reunidos em torno da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (FINDECT) acusou esses veículos e políticos bolsonaristas de promover ataques a categoria.

 

Em nota distribuída no último sábado, 14 de dezembro, pela FINDECT, os funcionários sindicalizados responsabilizaram a gestão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) por sucatear a empresa “e agora” tentar “colocar a culpa no governo Lula”. Em artigo publicado no site institucional, o diretor da FINDECT, Márcio Martins, afirma que os “ataques aos Correios por parte da extrema direita, buscam criar uma cortina de fumaça diante das prisões e cassações de políticos envolvidos nos atos golpistas”.

 

“Em uma clara demonstração de alinhamento com interesses privatistas, o site [Poder 360º] tenta desqualificar conquistas históricas da categoria, como o Vale Peru, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. Esses ataques não apenas deturpam a realidade, mas também servem a uma campanha orquestrada para enfraquecer a estatal e pavimentar o caminho para interesses privados”, afirma um trecho da nota emitida pela FINDECT.

 

“Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, os Correios foram sucateados de forma sistemática, com cortes em benefícios dos trabalhadores, redução de investimentos e uma agenda clara de privatização. Essa política de desmonte, disfarçada de modernização, teve impactos devastadores não apenas para a empresa, mas também para seus trabalhadores e para a população brasileira, que depende da estatal para serviços essenciais”, complementa o dirigente FINDECT, Márcio Martins.

 

13º SALÁRIO

 

De acordo ainda com a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, os empregados da ECT já receberam na última sexta-feira, 13 de dezembro, os valores referentes ao décimo-terceiro salário. A Secom esclarece que peças de desinformação estão repercutindo erroneamente a falsa informação de que os Correios não iriam pagar o 13º salário para seus funcionários em decorrência do “rombo” noticiado aproximadamente há dois meses.

 

A Secom, atualmente administrada pelo deputado federal licenciado Paulo Pimenta (PT-RS), informou ainda que “parte dos empregados ativos teve um desconto, relativo ao equacionamento do déficit do Plano de Benefício Definido (PBD) realizado pelo instituto de previdência complementar dos empregados da estatal, o Postalis”. Segundo esclarece a nota da Secom, “dos mais de 85 mil empregados ativos, 39.911 tiveram o desconto. Ou seja, da metade do efetivo em atividade da empresa não teve nenhum desconto referente a esse tema no 13º salário”. 

 

A Secom explica que o valor descontado se refere a um “déficit contraído no período de 2015 a 2020 (anterior à atual gestão dos Correios)”. “Tal equacionamento estava em trâmite interno no Postalis desde 2020 e deveria ter sido realizado pelo governo anterior, conforme definido pelas normas do setor de previdência complementar, de conhecimento público.Sem essa medida, mais de 78 mil pessoas ficariam sem aposentadoria já em 2025”, complementa a nota da Secom.

 

“A medida passou por trâmites internos no Postalis e pela aprovação da patrocinadora do instituto, os próprios Correios, e foi implementada pelo Postalis após todas as aprovações previstas na lei. O instituto Postalis vem realizando uma série de eventos com os interessados no tema e trata a questão de forma pública e transparente desde 2023”, finaliza o texto emitido pela Secom.

 


ÍNTEGRA

 

Abaixo, segue a íntegra da nota emitida pela FINDECT.

 

“Nota de Repúdio da FINDECT aos ataques do site Poder 360 e à campanha contra os Correios e seus trabalhadores. A FINDECT e os sindicatos filiados repudiam veementemente os ataques desonestos do site Poder360 contra os Correios e seus trabalhadores. Em uma clara demonstração de alinhamento com interesses privatistas, o site tenta desqualificar conquistas históricas da categoria, como o Vale Peru, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. Esses ataques não apenas deturpam a realidade, mas também servem a uma campanha orquestrada para enfraquecer a estatal e pavimentar o caminho para interesses privados. Durante o governo Bolsonaro, os Correios foram alvo de uma das piores ofensivas da história da empresa, com cortes drásticos de direitos trabalhistas, sucateamento das operações e tentativas de privatização. Enquanto isso ocorria, o Poder360 permaneceu em silêncio absoluto. Agora, quando a estatal é retirada da lista de privatizações pelo governo Lula e busca se modernizar e recuperar sua capacidade de atender a população, o site ressurge com críticas injustas e tendenciosas, desconsiderando o papel fundamental da empresa pública no país. Os ataques não são isolados. Por trás dessa campanha há um evidente conluio entre antigos gestores públicos e grandes empresas privadas, como a Magalu. O General Floriano Peixoto, que presidiu os Correios no governo Bolsonaro com o objetivo de privatizar a estatal e sucateá-la, agora ocupa um cargo no Conselho de Administração da Magalu, que recentemente lançou sua própria empresa de logística, a Magalog, concorrente direta dos Correios. Essa articulação expõe a verdadeira intenção por trás das críticas: enfraquecer os Correios, que hoje competem em um mercado estratégico, para favorecer interesses privados. É uma tentativa imoral de retirar da população brasileira o acesso a um serviço público essencial, que atende a todas as regiões do país, inclusive as mais remotas, onde nenhuma empresa privada tem interesse em atuar.  A Magalu e o site Poder360 estão alinhados a uma lógica de mercado que visa maximizar lucros, mesmo que isso signifique destruir o papel social dos Correios. Essa postura é uma ameaça direta à soberania nacional e ao direito da população de contar com serviços públicos de qualidade e acessíveis. Os sindicatos filiados à FINDECT reafirmam seu compromisso com a defesa dos Correios como uma empresa pública, essencial para o Brasil. Essa luta não é apenas pela preservação dos direitos dos trabalhadores, mas pela manutenção de um serviço que beneficia milhões de brasileiros, especialmente aqueles que dependem da estatal em regiões onde empresas privadas jamais chegariam. Em resposta às críticas infundadas e aos ataques realizados pelo site Poder360, a FINDECT solicita, de forma formal, uma retratação pública, reconhecendo os direitos legítimos dos trabalhadores dos Correios, assegurados por meio do Acordo Coletivo de Trabalho 2024/2025. O site, ao desqualificar esses direitos, demonstra um desrespeito não apenas com a categoria, mas com os princípios de negociação coletiva, que garantem condições justas e dignas para os trabalhadores da empresa pública. A retratação é uma medida necessária para corrigir a distorção da realidade promovida por essa campanha. Convocamos toda a categoria e a sociedade a resistirem a essa campanha difamatória. Compartilhem esta nota e mobilizem-se nas redes sociais com a mensagem: ‘Correios: o que é essencial para o povo não se vende! Vamos defender nossos direitos e o serviço público!’ Essa luta não é só dos trabalhadores, mas de todos os brasileiros que valorizam os serviços públicos e o papel estratégico dos Correios. Unidos, continuaremos combatendo qualquer tentativa de desmonte e reafirmando nosso compromisso com a população.”

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