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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou nesta quarta-feira, 11 de dezembro, durante audiência conjunta das comissões de Assuntos Sociais (CAS) e de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal. (Foto: Alessandro Dantas / Agência Brasil)

Ministra da Saúde, Nísia Trindade afirma que impacto da dependência em apostas é grave

Em audiência no Senado, a ministra relatou ainda aos senadores as principais iniciativas em andamento que são coordenadas pela pasta.

 

Por Humberto Azevedo

 

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta quarta-feira, 11 de dezembro, durante uma audiência conjunta realizada pelas comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, que considera grave o impacto da dependência nas apostas online na saúde mental dos brasileiros e das famílias brasileiras.

 

De acordo com a ministra, o Departamento de Saúde Mental do ministério já vem estudando os impactos das “bets” na sociedade, e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai tratar do vício em jogos na pesquisa sobre saúde a ser divulgada em 2025.

 

Nísia Trindade defendeu a realização de uma campanha massiva no país para alertar sobre os riscos das “bets”.

 

“Eu comparo muito essa situação com o caso dos cigarros eletrônicos. Eu defendo que a gente faça uma campanha sistemática para convencer que bets fazem mal à saúde”, afirmou Nísia.

 

Presidente da CAS, o senador Humberto Costa (PT-PE), alertou para os riscos dos jogos, que podem viciar e causar prejuízos financeiros graves.

 

“A gente sabe dos danos econômicos, sociais e à saúde pública, e estamos tendo um tipo de ludopatia [vício em jogos de azar] que causa danos graves. A tendência é que se aumentem os casos de gente que se suicidou, inclusive, o que é extremamente preocupante”, alertou Humberto.

 

ALZHEIMER

 

Nísia Trindade falou também aos senadores sobre iniciativas adotadas pelo Ministério da Saúde com relação a regulamentação da lei que estabelece a política nacional de cuidado integral às pessoas com coença de alzheimer e outras demências. A ministra explicou que a regulamentação deve ser finalizada “em breve” pelo governo federal.

 

Segundo a ministra, 8,5% da população brasileira com 60 anos ou mais convive com Alzheimer, ou seja, a doença afeta mais de 2,7 milhões de pessoas. Ela ressaltou, no entanto, que aproximadamente 45% das demências podem ser evitadas e, nesse sentido, é fundamental o fortalecimento da atenção primária em saúde, que é o primeiro nível de atenção e reúne um conjunto de ações — desde o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a redução de danos até a manutenção da saúde e a prevenção de agravos.

 

DIABETES

 

Nísia abordou ainda sobre a incorporação dos sensores eletrônicos para detecção do diabetes em tempo real no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). No começo de dezembro, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) decidiu não recomendar a incorporação do “sistema flash” de monitoramento de glicose para pacientes com diabetes tipos 1 e 2. A tecnologia permite o monitoramento contínuo dos níveis de glicose de maneira prática e menos invasiva, mas a Conitec considerou que o dispositivo, no momento, não atenderia aos critérios necessários para sua inclusão no SUS.

 

A ministra afirmou que a Conitec decidiu incorporar no âmbito do SUS insulinas análogas de ação rápida e de ação prolongada, e que, apesar de o órgão ter autonomia para negar a inserção do “sistema flash” de monitorização da glicose na lista de tratamentos do sistema público de saúde, revisões da decisão podem ser feitas mediante base legal.

 

“Estamos vivendo uma crise mundial de abastecimento de insulina, mas temos garantidas por licitação mais entregas do produto. A não inclusão dos sensores foi uma decisão da Conitec, que tem independência para essa decisão, mas quando há base para isso sempre fazemos a revisão. Temos trabalhado com grande prioridade nessa pauta, desde a atenção primária, para garantir todos os cuidados com as pessoas com diabetes”, explicou Nísia.

 

Com informações de assessorias e da Agência Senado.

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