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O presidente chinês Xi Jinping em reunião bilateral com o presidente argentino, Javier Milei, que se recusou a ingressar no BRICS e antes de tomar posse afirmou que não teria "relações com países comunistas". (Foto: Li Xueren / Xinhua)

Na cúpula do G20, Xi Jinping pede um sistema de governança global justo e equitativo

O presidente chinês pediu ainda aos demais chefes de Estados presentes no encontro de cúpula do G20, realizado no Brasil, a construção de um mundo mais justo com desenvolvimento comum; ele delineou ainda sobre as ações consideradas pela China para garantir um desenvolvimento global justo e equitativo.

 

Por Humberto Azevedo

 

O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, pediu nesta terça-feira, 19 de novembro, durante sua fala no encontro de cúpula das 20 maiores economias do planeta (G20), realizado na cidade brasileira de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), um sistema de governança global mais justo e equitativo. Na oportunidade, o presidente chinês defendeu ainda a necessidade de uma ampla reforma das instituições de governança global.

 

Xi avalia que – levando em consideração que o G20 existe há 16 anos quando foi lançado – o bloco que congrega 85% do PIB mundial precisa dar continuidade às suas realizações no e seguir atuando como uma força para melhorar a governança global e levar a história adiante.

 

“É importante ter em mente que a humanidade vive em uma comunidade com futuro compartilhado”, falou Xi, acrescentando que os membros do G20 devem ver o desenvolvimento de outros como oportunidades em vez de desafios, e considerar outros como parceiros em vez de rivais.

 

“Também é importante observar as normas básicas das relações internacionais que se baseiam na Carta das Nações Unidas, e salvaguardar a ordem internacional alicerçada no direito internacional”, complementou.

 

“Um maior consenso internacional poderia ser construído para promover um mundo multipolar equitativo e ordenado e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva”, acrescentou.

 

PONTOS CRUCIAIS

 

O presidente chinês Xi Jinping em reunião bilateral com o presidente brasileiro e anfitrião do encontro de cúpula do G20, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Li Xueren / Xinhua)

O presidente chinês fez uma proposta de cinco pontos para melhorar a governança global. Segundo ele, primeiro, o G20 precisa melhorar a governança econômica global e formar uma economia mundial caraterizada pela cooperação.

 

“O G20 deve se dedicar ao fortalecimento das parcerias econômicas globais, reforçar a coordenação das políticas macroeconômicas, cultivar forças produtivas de nova qualidade, criar um lastro para a coordenação das políticas macroeconômicas e fomentar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação econômica internacional”, abordou.

 

“Também é importante criar um ambiente de negócios limpo, através de manter tolerância zero à corrupção e reforçar a cooperação internacional na repatriação dos fugitivos e recuperação de ativos. Segundo, o G20 precisa melhorar a governança financeira global e formar uma economia mundial caraterizada pela estabilidade. A voz e a representação dos países em desenvolvimento devem ser aumentados, e necessitam-se dos esforços conjuntos para salvaguardar a estabilidade do mercado financeiro internacional e prevenir os efeitos de contágio dos reajustes das políticas monetárias domésticas. Os países desenvolvidos devem cumprir a sua responsabilidade a esse respeito”, continuou.

 

“É importante aprimorar os sistemas de monitoramento, de alerta precoce e de tratamento para os riscos financeiros, fortalecer a rede de segurança financeira global para melhor satisfazer as demandas por financiamento verde dos países em desenvolvimento. Terceiro, o G20 precisa melhorar a governança comercial global e formar uma economia mundial caraterizada pela abertura. O G20 deve promover ainda mais a reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), se opor ao protecionismo, evitar a politização dos assuntos econômicos, a fragmentação do mercado global e a adoção de medidas protecionistas usando como pretexto o desenvolvimento verde e de baixo carbono”, frisou.

 

O presidente chinês Xi Jinping em reunião bilateral com a presidenta mexicana Claudia Sheinbaum durante a 19ª Cúpula do G20 realizada na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), Brasil. (Foto: Li Xueren / Xinhua)

“O bloco deve trabalhar juntos para construir parcerias de cadeia industrial e de suprimentos que são mais equitativas, inclusivas e construtivas. Quarto, o G20 deve melhorar a governança digital global e formar uma economia mundial caraterizada pela inovação. É importante desempenhar um papel de liderança na transição digital, a profunda integração da economia digital e economia real e formulação de regras em áreas emergentes. Deve ser fortalecido a governança e a cooperação internacional da inteligência artificial (IA), para garantir que a IA seja utilizada para o bem e para todos”, pontuou.

 

“A China sediará uma outra Conferência Mundial da IA em 2025 e dá boas-vindas à participação de todos os membros do G20. Quinto, o G20 deve melhorar a governança ecológica global e formar uma economia mundial caraterizada pela eco-amigabilidade. É importante honrar o princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas e implementar plena e efetivamente o Acordo de Paris e o Marco Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal. Os países desenvolvidos devem fornecer aos países em desenvolvimento apoios necessários em termos de capital, tecnologias e construção de capacidade. Necessitam-se de apoiar juntos as conferências das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas e desertificação, que estão em curso ou terá lugar já, a alcançar resultados positivos”, finalizou.

 

Com informações da Agência Xinhua.

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