Simone candidata, reforma ministerial e ataques da Venezuela – estes e outros assuntos na coluna Bastidores da República de hoje
Por João Pedro Marques
Simone Tebet se movimenta visando a Presidência da República
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, que disputou com Lula a Presidência da República em 2022, não desistiu do sonho de governar o Brasil. A ex-senadora e advogada se movimenta com muita desenvoltura dentro e fora do governo de olho na sucessão presidencial. Entretando, a coluna apurou que Tebet, apesar do acalento, vive o dilema de continuar ou não ministra até o fim do governo Lula 3.
Lula abre a possibilidade de não se candidatar à reeleição
Foi só surgir a informação, propalada por amigos próximos do presidente, de que Lula não iria à reeleição, que a porteira da corrida presidencial automaticamente se abriu. Além de Simone Tebet, outro presidenciável forte dentro do governo e dentro do PT é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele vem sendo aconselhado a trabalhar seu nome, mas se esbarra em duas situações complicadas. A primeira é a própria indefinição de Lula. Sem o chefe confirmar de vez que está fora do páreo não seria prudente se colocar. A outra situação é a macroeconomia com seus altos e baixos que tem deixado Haddad em baixa.
Curiosamente, as duas candidaturas aventadas são da equipe econômica
Uma curiosidade: até o momento as duas únicas candidaturas à sucessão de Lula que começam a dar – ainda que tímida e cautelosamente – as caras são de nomes da equipe econômica do governo.
Esquema de venda de sentenças tem muito pano pra manga
A informação de que as investigações de venda de sentenças, que derrubaram até agora toda a cúpula do Judiciário de Mato Grosso do Sul, avançam para os Tribunais de Justiça da Bahia e de Mato Grosso abre uma janela que já sopra ventos sobre o Superior Tribunal de Justiça (STF). Sob a batuta do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal, as investigações ali prosseguem. Apesar disso, surgiram informações de que Zanin poderá fazer retornar as investigações para o âmbito da primeira e segunda instâncias. A conferir.
Lula trabalha uma reforma ministerial para breve
A coluna apurou que o presidente Lula trabalha em silêncio uma reforma ministerial para breve. O chefe do Executivo federal irá mexer na sua equipe de auxiliares visando estabelecer uma base de apoio mais sólida, o que parece ser bem difícil, dado ao grau, desde sempre, de defecções que têm ocorrido em votações importantes. Não foi, por exemplo, somente a extrema-direita que votou contra a taxação das grandes fortunas.
Centrão e PT continuam mirando o Ministério da Saúde
Um dos termômetros que indicam que uma reforma ministerial está sendo gestada é a movimentação de setores da base do governo de olho em ministérios e outros postos-chave importantes dentro da administração Lula. Um desses ministérios é o da Saúde, comandado por Nísia Trindade, que voltou de novo a sofrer frituras. E dessa vez não é apenas o Centrão que almeja o MS. O PT nunca se conformou que a ministra da Saúde seja da cota pessoal do presidente Lula e o quis, desde sempre, para si.
Confira quais são os ministérios em que pode haver troca de titulares
Os Bastidores da República dão conta que já estão na bolsa de apostas de trocas ministeriais as seguintes pastas: Ministério das Mulheres, o Ministério das Cidades e o Ministério dos Transportes. Cidades é aspiração do Republicanos, Progressistas e Partido Social Democrático (PSD).
Brasil procurou sarna para se coçar e Venezuela intensifica ataques a Lula
Isso é que dar animar a plateia. O governo Lula, que ajudou a cultivar o regime venezuelano, agora vê o que deu. A agência de notícias estatal da Venezuela divulgou, no domingo (3), uma charge insinuando um suposto envolvimento obscuro do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com a embaixada dos Estados Unidos no país. O ataque surge em meio à intensificação da crise entre o governo brasileiro e o regime de Nicolás Maduro e está acompanhada de ataques ao Itamaraty.
Crédito do BNDES para indústria supera agronegócio
Pela primeira vez, as operações de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a indústria superam o agronegócio desde 2016. As aprovações do BNDES para a indústria representaram 27% do total de crédito do banco no acumulado do ano até setembro. O volume de crédito aprovado para agro representou 26% do total do BNDES no acumulado do ano. Até setembro, o banco aprovou R$ 154 bilhões para a Nova Indústria Brasil. Só em projetos de inovação foram R$ 9 bilhões, o maior valor já registrado pela instituição até hoje.
DITO & FEITO
“Houve uma mudança na qualidade do crescimento do Brasil, liderado pela indústria e pelos investimentos. Temos um grande desafio coletivo de dar prosseguimento a esses indicadores tão promissores, que revelam a confiança no investimento e na expansão de capacidade produtiva, fruto de condições macroeconômicas favoráveis e de iniciativas como a Nova Indústria Brasil, que tem sido uma das grandes responsáveis por contribuir para o desenvolvimento de uma indústria digital, verde e exportadora”.
Aloizio Mercadante, presidente do BNDES,.
“Simone é estratégica. Ela está recolhida. Não é hora de se lançar a nada. Há um longo caminho a percorrer dentro do próprio partido até 2026, mas se quiser ser candidata, Simone precisa se afastar do governo Lula. E ela sabe disso”.
Avaliação de um interlocutor da ministra.