“Não é o papel do Banco Central”, diz Galípolo sobre bets, que teve o nome aprovado por unanimidade pelos senadores da CAE
O Indicado a presidir a autarquia que regulamenta o mercado financeiro, que cabe ao governo e ao legislativo regular casas esportivas. Indicação será votada, agora, pelo plenário do Senado.
Por Humberto Azevedo
O indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidir o Banco Central do Brasil (BCB), Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira, 8 de janeiro, durante sessão realizada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, na qual é sabatinado pelos senadores, que “não é o papel do Banco Central”, atuar sobre as bets – plataformas digitais que operam a realização de apostas esportivas no Brasil.
Galípolo foi indagado sobre o relatório feito pelo BCB de que cinco milhões de beneficiários do Bolsa Família teriam gasto R$ 3 bilhões no último mês de agosto nas bets. A informação foi contestada pela associação nacional das bets e está sendo avaliada pelo Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). O valor seria o total do benefício concedido aos cinco milhões de beneficiários.
A associação das bets aponta que o total gasto pelos beneficiários do Bolsa Família teria sido R$ 450 milhões. O governo estuda proibir o uso do cartão do programa social para ser utilizado junto às empresas de bets. Entretanto, em decisão tomada pelas empresas que operam os cartões de crédito, os pagamentos às bets não podem mais ser realizados pela modalidade de crédito.
“Na esteira dessa questão do crescimento, entra um pouco a forma como o Banco Central se inseriu na discussão do tema das bets. O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets, não é o papel do Banco Central. A discussão inicia justamente sobre o tema que o Senador André Amaral estava comentando, que é de qual é o impacto das bets do ponto de vista de consumo e para a atividade econômica do país”, falou Galípolo – atual diretor de política monetária do BCB – que teve o seu nome aprovado por unanimidade pelos senadores da CAE.