Macaé Evaristo é a nova ministra dos Direitos Humanos
O anúncio foi feito pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva em suas redes digitais após reunião com a petista mineira, que até esta segunda-feira, 9 de setembro, era deputada estadual.
Por Humberto Azevedo
A deputada estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT) das Minas Gerais, Macaé Evaristo, é a nova ministra dos Direitos Humanos. A petista mineira assume o comando do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania (MDHC) após a demissão do ex-ministro Silvio Almeida na última sexta-feira, 6 de setembro, depois que acusações de que ele teria cometido assédio sexual contra servidoras da pasta e incluindo também a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
O anúncio foi feito pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em suas redes digitais após uma reunião que teve com a petista mineira na tarde desta segunda-feira, 9 de setembro, no Palácio do Planalto. Até esta data, Macaé Evaristo era deputada estadual em Minas, onde exercia o primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
“Hoje convidei a deputada estadual Macaé Evaristo para assumir o ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. Ela aceitou. Assinarei em breve sua nomeação. Seja bem-vinda e um ótimo trabalho”, escreveu Lula nas suas redes digitais, entre elas a “Bluesky”.
Após o anúncio feito pelo presidente Lula, a deputada federal e presidenta nacional do PT – Gleisi Hoffmann (PT-PR), desejou sucesso a nova titular do MDHC. “Com Macaé Evaristo, do PT de Minas, no Ministério dos Direitos Humanos, o presidente Lula nomeia uma mulher negra, combativa, com história de lutas e realizações na defesa da educação e dos direitos humanos, das crianças e adolescentes. Sucesso, companheira Macaé!”, exclamou.
A também deputada federal e ex-presidenta da Comissão da Amazônia e dos Povos Indígenas / Originários da Câmara, Célia Xakiabá (PSOL-MG), comemorou a indicação da conterrânea para assumir o comando da pasta ministerial.
“Viva Macaé Evaristo! É com imenso orgulho que saudamos a nova ministra de Estado de Direitos Humanos, Macaé Evaristo. Uma mulher negra, professora, que me conhece desde os seis anos de idade, porque sabe que direitos se constroi nos territórios, junto ao povo brasileiro. Sabemos que ela recebe essa missão, em um momento profundamente difícil, mas acreditamos na força da espiritualidade e na sua trajetória”, escreveu Xakriabá no seu perfil no “Instagram”.
“Ela não estará sozinha, como nunca esteve! A mãe do Brasil é indígena e negra e juntas gestaremos um país melhor! A nossa luta é para que não sejamos as únicas, continuaremos rompendo com o racismo da ausência”, complementou a deputada do PSOL mineiro.
Em nota distribuída à imprensa a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República informou que a nomeação de Macaé Evaristo como ministra será feita ainda nesta segunda-feira em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).
BIOGRAFIA
Macaé Evaristo foi vereadora na cidade de Belo Horizonte (MG), antes de se eleger para o seu primeiro mandato na ALMG em 2022 para. É professora desde os 19 anos, graduada em Serviço Social, mestre e doutoranda em Educação. Foi a primeira mulher negra a ocupar os cargos de secretária municipal (2005 a 2012) em Belo Horizonte e estadual (2015 a 2018) de Educação.
Em 2013 e 2014, atuou como secretária nacional de Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação (MEC). Na ocasião, coordenou programas como a implantação de escolas indígenas, as escolas de ensino integral em Minas Gerais, a Escola Integrada na capital mineira e as cotas para ingresso de estudantes de escolas públicas, negros e indígenas no ensino superior.
Como deputada estadual, teve como meta a defesa da escola pública como espaço de pluralidade e convivência democrática, articulada com a assistência social, cultura e esporte, preservando-a contra ameaças de privatização e censura ao livre debate.
Orgulhosa de sua ancestralidade, a agora nova ministra também atuou em seu mandato atual na ALMG contra o racismo estrutural e a favor de políticas públicas voltadas à diversidade e à inclusão das mulheres e das minorias.