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O pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo (SP), o deputado federal Guilherme Boulos, é apoiado por Lula; enquanto o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), tem o apoio do ex-presidente Bolsonaro. (Foto: Montagem sobre Reprodução na Internet / DCM)

Apoio de Lula ajuda mais do que o de Bolsonaro nas eleições, diz pesquisa; mas ambos apoios podem mais atrapalhar do que ajudar

É o que mostra o levantamento realizado pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC) com suporte metodológico dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).

 

Os apoios do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), podem não ter efeito esperado nas eleições municipais, segundo um levantamento realizado pelo Instituto da Democracia e da Democratização da Comunicação (IDDC), e que conta com suporte metodológico dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT).

 

Segundo a pesquisa “A Cara da Democracia”, de quatro a cinco em cada dez eleitores dizem que não votariam “de jeito nenhum” em candidatos a prefeituras apoiados por um ou por outro. Esses índices superam os registrados pelos governadores. A pesquisa, feita entre 26 de junho e 3 de julho, contou com mais de 2,5 mil entrevistas presenciais em 188 cidades de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

 

Os dados revelam que o apoio de Lula ajuda mais, sendo o político mais querido do Brasil, e atrapalha menos do que o de Bolsonaro. No caso do atual presidente, 40% dos entrevistados rejeitam votar em um aliado do petista, enquanto 53% consideram essa possibilidade — embora apenas metade desses diga que votaria “com certeza” no indicado.

 

Para Bolsonaro, 49% dos eleitores rejeitam candidatos apoiados por ele. Entre os que consideram votar em um aliado do ex-presidente, apenas dois em cada dez afirmam que o apoio garantiria seu voto.

 

GOVERNADORES

 

Os governadores são rejeitados como “padrinhos” por 36% dos entrevistados, enquanto 21% garantem votar em alguém com seu apoio. Segundo Oswaldo Amaral, diretor do Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop) da Universidade estadual de Campinas (Unicamp), as rejeições às figuras nacionais afastam-nas dos pleitos municipais.

 

“Na maioria das disputas, o que dá o tom é a questão local, se a emenda parlamentar chegou aos prefeitos e se os serviços básicos estão bem avaliados. A nacionalização costuma ocorrer em grandes cidades desde que haja uma vinculação muito clara, como a que Lula está tentando fazer com Guilherme Boulos (PSOL) em São Paulo”, explicou Amaral em entrevista ao jornal O Globo.

 

Apesar das dificuldades, Lula e Bolsonaro mantêm maior protagonismo do que outras figuras nacionais. Os governadores como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm taxas de desconhecimento beirando um terço dos entrevistados. As rejeições a Tarcísio e Zema são superiores aos índices de aceitação. Lira, por sua vez, tem rejeição de 40%, a mesma de Lula.

 

Lula atrai a estima de 35% dos entrevistados, enquanto Bolsonaro tem 28%, com 49% afirmando não gostar do ex-presidente, a maior taxa. O cientista político João Féres, do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), acredita que a ascensão de Bolsonaro, apesar de sua rejeição, pode ter influenciado a imagem de Lula. “A série histórica mostra que o pico do antipetismo ocorreu em 2018, e que desde então houve um refluxo disto”, avaliou Féres.

 

Os pesquisadores apontam ainda uma possível transferência de rejeições de Lula e Bolsonaro para figuras associadas a eles, como o ministro da Fazenda Fernando Haddad (PT) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – presidenta do “PL Mulher”, cotada como sucessora do marido.

 

O estudo é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), e conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Unicamp, Universidade de Brasília (UnB) e UERJ.

 

Por DCM.

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