Trump liga para Putin e define como abordará guerra entre Rússia e Ucrânia
Durante a conversa, o republicano teria pedido cautela a Putin quanto a uma possível escalada do conflito na Ucrânia e reforçou a presença militar dos EUA na Europa como um fator estabilizador.
A ligação entre os dois líderes, não reportada anteriormente, revelou qual deve ser a possível abordagem de Trump para o conflito ucraniano. Durante a campanha, o político de extrema-direita prometeu pôr fim ao embate entre as partes, embora sem dar detalhes. Segundo fontes próximas ao assunto, ele indicou que estaria disposto a considerar um acordo onde a Rússia manteria algum território conquistado, mencionando brevemente a questão durante a conversa.
Trump também já havia conversado com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no dia anterior. Segundo fontes do jornal The Washington Post, a troca foi amigável, mas levantou apreensões em Kiev sobre a postura da nova administração estadunidense.
A Ucrânia, que depende de um intenso apoio econômico e militar dos Estados Unidos, teme que uma negociação liderada por Trump possa resultar na perda de territórios estratégicos, como a Crimeia. O custo da guerra também é uma preocupação para o futuro mandatário, que assumirá em 25 janeiro de 2025. Ele já expressou seu desconforto quanto ao ônus financeiro do conflito para os contribuintes dos EUA.
A dúvida sobre como Trump redefinirá as alianças globais e a relação com adversários coloca o cenário internacional em suspenso. Em declarações à imprensa russa, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, adotou um tom cauteloso, elogiando a retórica de paz do republicano e criticando o que descreveu como uma estratégia de “derrota estratégica” imposta à Rússia pela administração Biden.
Em entrevista a uma emissora estatal, Peskov afirmou que “pelo menos Trump fala sobre paz, não sobre confronto”, destacando o caráter imprevisível do presidente eleito.