Seria um “grande erro” acreditar que Trump está blefando quando fala em anexar a Groenlândia, afirma Putin
O presidente russo observou que Washington tem planos de anexar a ilha e a Islândia desde os anos de 1860.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira, 27 de março, que os planos dos Estados Unidos para o Ártico elencam a região como uma importante zona de interesse. O mandatário russo comentou os planos do país norte-americano para anexação da Groenlândia, região autônoma da Dinamarca.
“Seria um grande erro acreditar que isso é uma ideia extravagante do novo governo americano”, destacando que as raízes históricas sobre o movimento datam da década de 1860. Atualmente, os EUA possuem bases militares no território.
“É óbvio que os EUA seguirão avançando sistematicamente seus interesses geoestratégicos, militar-político e econômico no Ártico’”, declarou Putin no Fórum Internacional do Ártico, em Murmansk.
Contudo, reafirmou a posição da Rússia de não se envolver na questão, destacando que ela diz respeito “a dois estados específicos, e não tem nada a ver conosco”.
TRUMP & A GROENLÂNDIA
O presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou na quarta-feira, 26 de março, que seu país precisa anexar a região dinamarquesa, alegando motivos de segurança internacional, seja “a partir de uma postura defensiva e até mesmo ofensiva”.
Mesmo com o rechaço dos moradores da ilha a uma possível anexação norte-americana, Trump assegurou que eles não possuem outra opção.
“Temos que fazer isso, temos que convencê-los e temos que ter esse território porque não é possível defender adequadamente uma grande parte deste mundo, não apenas os EUA, sem ele. Portanto, temos que tê-lo e acho que vamos tê-lo”, declarou Trump, em referência ao papel do Ártico na configuração geopolítica atual.
OTAN
O presidente russo observou que, nos últimos anos, muitos países ocidentais adotaram “uma atitude de confronto” em várias áreas, cortando laços econômicos com a Rússia e interrompendo contatos científicos, educacionais e culturais na região. Ele também destacou a preocupação com a política agressiva do Ocidente no extremo norte.
Putin destacou que, embora esteja “monitorando a situação”, a Rússia não ameaça ninguém na região do Ártico, mas observou que os países da OTAN estão “criando os problemas”.
“Obviamente, estamos preocupados com o fato de que os países da OTAN em geral estão usando cada vez mais o extremo norte como um palco para possíveis conflitos”, afirmou.
A Rússia continuará a reagir às políticas adotadas pela OTAN, bem como estará aprimorando suas capacidades militares, assegurou Putin.
“Não permitiremos violações da soberania de nosso país. Protegeremos nossos interesses nacionais de forma firme”, declarou.
FÓRUM DO ÁRTICO
O presidente russo que se encontra na cidade de Murmansk, no noroeste da Rússia, por ocasião do Fórum Internacional do Ártico. De lá, Putin participou da cerimônia de lançamento do novo submarino de propulsão nuclear Perm, realizada em Severodvinsk, na província de Arkhangelsk, através de videoconferência.
Durante a cerimônia, o líder russo descreveu o lançamento do quinto submarino de propulsão nuclear do projeto Yasen-M como um “importante evento histórico”. “No próximo ano, ele deve se juntar à marinha e começar a realizar missões de combate”, informou Putin.
Em seguida, Putin vistoriou pessoalmente o submarino Arkhangelsk, do projeto Yasen-M de 885M. Trata-se do mais recente submarino de quarta geração com propósitos múltiplos movido a energia nuclear. Ele carrega todos os tipos de armas de mísseis navais capazes de atacar com eficácia alvos marítimos e costeiros.
O submersível foi incorporado à Marinha Russa no final de dezembro de 2024, e sua tripulação já completou o ciclo de treinamento básico, estando agora pronta para realizar operações no mar.
POTÊNCIA MARÍTIMA
Durante uma reunião com a tripulação do submarino nuclear Arkhangelsk, Putin destacou o papel da Marinha para o país euroasiático e assegurou que promoverá medidas para seu desenvolvimento.
A Rússia tem sido uma poderosa potência marítima há séculos e fará todo o possível para manter essa condição, declarou o presidente do país, Vladimir Putin, nesta quinta-feira.
Nesse contexto, afirmou que todos os recursos dos navios modernos devem cumprir exigências às demandas atuais, estando prontos para o combate de alta intensidade.
Ele acrescentou que a marinha é a base da segurança estratégica do país, e por isso, atenção não será dada apenas ao desenvolvimento tecnológico, mas também ao desenvolvimento profissional dos especialistas que trabalham nesse campo.
Informações RTBrasil.