Rota Bioceânica: comerciantes se preparam e vivem expectativa de um futuro promissor em Porto Murtinho
Considerada a porta de entrada e saída da Rota Bioceânica em Mato Grosso do Sul, Porto Murtinho já começa a ter papel de destaque neste corredor que vai impulsionar a economia estadual e brasileira.
Por Humberto Azevedo
Fazendo parte da 4ª Rota de Integração Brasil com os países da América do Sul, denominada de “Rota Bioceânica de Capricórnio”, os comerciantes da cidade de Porto Murtinho (MS) já vivem a expectativa de prosperidade e crescimento com esta nova realidade, que será implementada com a conclusão da ponte que interliga o território brasileiro com a fronteira junto ao Paraguai, para servir de “corredor” entre o Porto de Santos (SP) até os portos de Iquique, Mejillones e Anfogasta, no Chile.
Considerada a porta de entrada e saída da rota bioceânica em Mato Grosso do Sul, Porto Murtinho já começa a ter papel de destaque neste corredor que vai impulsionar a economia estadual e brasileira, que será integrada diretamente ao quinto eixo das rotas bioceânicas que provenientes do Sul do país, que interliga os portos daquela região com as áreas portuárias chilenas de Valparaíso e San Antonio. No último domingo, o portal “RDMNews” publicou uma entrevista exclusiva com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, em que afirma que “até o final do governo Lula, deste mandato, haverá muitas entregas relacionadas a eixos de integração sul-americana”.
Com a finalização deste eixo 4 da rota bioceânica, a previsão é de ganhos expressivos na exportação, importação, competitividade dos produtos regionais, e promoção de intercâmbio entre o Brasil e a Ásia, além do Mercosul e do Chile. Em Porto Murtinho a obra da ponte binacional, entre Porto Murtinho e a paraguaia Carmelo Peralta, segue a pleno vapor, com mais da metade da obra já concluída. Para chegar ao local também está sendo implantada uma alça de acesso, por meio da rodovia BR-267, onde serão pavimentados 13 km, além da construção de um centro aduaneiro, havendo trabalho de terraplanagem e acesso elevado à ponte.
SEMINÁRIO
Para discutir as diversas demandas e oportunidades que advirão deste quarto eixo das rotas bioceânicas, diversas autoridades regionais brasileiras, argentinas, chilenas e paraguaias se encontram em Campo Grande (MS) entre os dias 18 e 20 de fevereiro, dentro do Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico.
O projeto, que já é tratado por especialistas em logística como o “Canal do Panamá brasileiro”, promete ser um trampolim para o desenvolvimento e integração regional. Durante o seminário, os participantes debaterão questões aduaneiras, de infraestrutura, segurança, logística, oportunidades de negócios de comércio exterior e internacional, além do turismo e outras esferas socioeconômicas.
O evento acontecerá no “Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo”, situado no Parque dos Poderes. A realização do seminário é uma iniciativa do governo estadual de MS, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e conta com apoio da Federação da indústria do estado de Mato Grosso do Sul (Fiems) e da seccional sul-mato-grossense do Serviço brasileiro de apoio às pequenas e microempresas (Sebrae-MS).
Para saber mais informações sobre a realização deste seminário, clique aqui.
FUTURO MELHOR
Comerciantes como Graciela González, que tem uma loja de variedade há cinco anos na cidade de Porto Murtinho, estão se preparando para fazer parte deste momento promissor. Segundo ela, a escolha do local para montar o seu comércio decorreu de sua crença em acreditar que o eixo 4 da rota bioceânica vai fazer a diferença aos empresários da região.
A comerciante aponta que desde que se instalou na cidade, ela vem sendo bem recebida pelos moradores e que já conta com uma clientela fiel. Com a conclusão das obras da ponte, ela já pensa em um futuro melhor e ampliar os negócios.
“Faz 15 anos que passo por aqui, mas faz cinco anos que moro na cidade. Escolhi este lugar pela cidade acolhedora. Montamos nosso comércio, uma pequena loja, muito bem aceito pela população murtinhense. Espero que quando a ponte ficar pronta, que venha junto com muito mais sucesso para nós comerciantes”, descreveu Graciela.
LUGAR CERTO
A comerciante espera atingir os seus objetivos e planos que tanto almejou durante toda a vida, principalmente quando começou a empreender. Ela acredita que está no lugar certo para conquistar estas metas.
“Já não sou mais jovem, por isso temos aquela pressa do comércio expandir para termos um retorno melhor”, complementou.
Dono de uma loja de máquinas para pesca, que é a principal atividade turística da cidade, Marcos da Mata Souza chegou em Porto Murtinho em 1997 para servir ao Exército. Em 2004 resolveu montar sua pequena loja, que hoje já se expandiu. Nascido em Bonito, ele diz que a cidade é a sua nova casa, lugar onde constituiu família e que não pretende mudar, principalmente agora com a chegada da Rota.
“Aqui está vindo o progresso, a cidade já cresceu demais. Quando eu cheguei para o que é hoje, já melhorou 100%. Esta obra da ponte vai trazer muito progresso para nós. É um sonho de todo mundo, não vemos a hora disto se concretizar. Para nós murtinhenses será um pulo muito grande”, acredita o empresário Marcos da Mata.
EXPECTATIVA
O empresário conta que a expectativa em toda cidade é muito grande, porque todos estão acompanhando as notícias do corredor bioceânico, assim como toda movimentação no município e o andamento das obras.
“Todos estão na espera, com certeza está vindo o progresso, riqueza, prosperidade para nós. Todo mundo, a população inteira vai usufruir disto”, completa.
Quem trabalha no comércio como gestor Gelson Aparecido de Oliveira, também sente a diferença. Segundo ele, que é gerente de uma loja de variedades e está na cidade desde 1998, já é possível observar o aumento do número de pessoas na cidade, um movimento maior no dia-a-dia, assim como as vendas que não param de crescer.
Gelson destaca que o comércio de Porto Murtinho sempre foi bom, tanto que veio com a empresa para abrir uma filial na cidade, e logo depois a matriz em Jardim fechou, pois a loja daqui já vendia mais. A expectativa é que a situação fique ainda melhor, tanto ao comércio, como aos moradores.
“Estou há 26 anos aqui na cidade. Nós chegamos em outubro de 1998. Desde o momento que começou a obra na ponte, chegou mais gente na cidade, pessoal que gasta no comércio local. Quando a obra for concluída vai melhorar mais ainda. (…) Todo mundo está feliz com esta obra. Os murtinhenses estavam indo embora e agora vão começar a voltar”, aposta.
Com informações de assessoria.