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Cópia do ofício enviado pelos parlamentares do PSOL / REDE ao presidente da Câmara, Arthur Lira, pedindo celeridade na representação contra o deputado Alexandre Ramagem. (Foto: Reprodução / PSOL)

PSOL quer que Arthur Lira agilize representação contra Ramagem no Conselho de Ética

Ex-diretor-geral da Abin na gestão Bolsonaro surge como principal elo de comando da existência de uma “Abin paralela”, após novas descobertas da Polícia Federal; atual deputado pelo PL fluminense nega as acusações.

 

Por Humberto Azevedo

 

A federação PSOL / Rede Sustentabilidade protocolou ofício na tarde desta última sexta-feira, 12 de julho, à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, na pessoa do presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), pedindo providências da para que ele agilize o trâmite da representação feita contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e que até o momento ainda sequer chegou para análise e deliberação do Conselho de Ética.

 

O ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) surge como principal elo de comando da existência de uma “Abin paralela”, após novas descobertas feitas pela Polícia Federal (PF). O deputado bolsonarista do PL fluminense nega as acusações. Segundo ele, “após as informações da última operação da PF, fica claro que desprezam os fins de uma investigação, apenas para levar à imprensa ilações e rasas conjecturas”.

 

“O tal do sistema ‘first mile’, que outras 30 instituições também adquiriam, parece ter ficado de lado. A aquisição foi regular, com parecer da AGU [Advocacia-Geral da União], e nossa gestão foi a única a fazer os controles devidos, exonerando servidores e encaminhando possível desvio de uso para corregedoria. A PF quer, mas não há como vincular o uso da ferramenta pela direção-geral da Abin”, escreveu o deputado Ramagem nas suas redes sociais.

 

DESDE ABRIL

 

A representação do PSOL foi apresentada na data de 12 de abril, quando já pairava sobre o parlamentar fluminense suspeitas dele ter comandado espionagens ilegais contra empresários, jornalistas e políticos quando estava à frente da Abin.

 

Nesta última quinta-feira, 11 de julho, a PF divulgou áudio gravado por Ramagem em conversa com o ex-presidente da República abordando um suposto plano de blindagem ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). 

 

De acordo com os parlamentares pessolistas, as investigações apontam que agentes da Abin utilizaram uma ferramenta israelense (first mile) para benefíciar a família de Bolsonaro e espionar também autoridades dos poderes constituídos à época. No áudio, também constam demais conversas e relatos com o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.

 

Na representação, a federação PSOL / REDE destaca que a PF aponta que o programa espião utilizado foi usado até o terceiro ano da gestão Bolsonaro, em 2021. O programa permite saber a localização de alguém apenas digitando o número do celular, sendo possível fazer um histórico de lugares visitados e até criar um alerta para quando a pessoa chegasse a um determinado local.

 

“O Ramagem, que enche a boca para dizer que vai combater o crime, manipulou a máquina pública para blindar a família Bolsonaro. Tem coisa mais mafiosa que isso? Tudo indica que Ramagem operou para intimidar os auditores da Receita Federal que investigavam o caso das rachadinhas do Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente. No final, o caso foi arquivado. E não acaba aí: Ramagem também teria usado seu cargo na Abin para favorecer outro filho do Bolsonaro, o Jair Renan, investigado por tráfico de influência”, acusou o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ).

 

“Trazem lista de autoridades judiciais e legislativas para criar alvoroço. Dizem monitoradas, mas na verdade não. Não se encontram em first mile ou interceptação alguma. Estão em conversas de whatsapp, informações alheias, impressões pessoais de outros investigados, mas nunca em relatório oficial contrário à legalidade. Não há interferência ou influência em processo vinculado ao senador Flávio Bolsonaro. A demanda se resolveu exclusivamente em instância judicial. A PGR não foi favorável às prisões da operação, mas a Justiça desconsiderou a manifestação”, se defendeu Ramagem. 

 

“Há menção de áudio que só reforça defesa do devido processo, apuração administrativa, providência prevista em lei para qualquer caso de desvio de conduta funcional. Houve finalmente indicação de que serei ouvido na PF, a fim de buscar instrução devida e desconstrução de toda e qualquer narrativa. No Brasil, nunca será fácil uma pré-campanha da nossa oposição. Continuamos no objetivo de legitimamente mudar para melhor a cidade do Rio de Janeiro”, continuou o parlamentar bolsonarista que é pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro.

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