Portugal reconhece responsabilidade histórica na escravidão e propõe reparações
Redação com informações da Carta Capital
Em uma declaração histórica, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu a responsabilidade do país por crimes cometidos durante a era da escravidão e afirmou que medidas reparatórias são necessárias.
“Temos que pagar os custos”, afirmou ele, conforme reportado pela Reuters, nesta quarta-feira 24. “Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso”
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“Pedir desculpas é a parte mais fácil”, acrescentou o presidente, sem especificar, contudo, quais medidas serão de fato tomadas.
Em pouco mais de quatro décadas, Portugal traficou quase 6 milhões de africanos para serem vendidos como escravos.
Apesar de movimentos como o do presidente Sousa, Portugal ainda não trata de forma ampla sobre o assunto nas escolas, ao contrário do Brasil, onde o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana foi tornado obrigatório pela Lei 10.639/03.
Países como Holanda, Alemanha e Bélgica já se manifestaram publicamente sobre o tema e se comprometeram a tomar medidas contra o racismo estrutural. Empresas também têm aderido a este movimento.
O plano exige os 27 países membros da União adotem planos de ação nacionais que considerem seus passados coloniais para combater a discriminação e o preconceito ainda perpetuados pela escravidão.