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O estudo concluiu que a inadimplência deve ser observada com cautela em 2025, dado que o Brasil possui uma renda per capita baixa e os juros cobrados ao consumidor são elevados. A conjuntura econômica instável, marcada por juros altos e inflação persistente, exige atenção para a gestão das finanças pessoais. (Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil)

Pesquisa realizada pela CNC aponta que apesar de famílias endividadas cair em 2024, inadimplência aumentou

De acordo com o levantamento, a alta na taxa básica de juros e as especulações que resultaram na subida da moeda norte-americana fez com que os consumidores optassem pela cautela no consumo; brasileiros que não conseguem pagar dívidas atingem 13%.

 

Por Humberto Azevedo

 

Pela segunda vez consecutiva, menos famílias brasileiras fecharam o ano endividadas. A pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) apontou queda de 0,9% em dezembro de 2024, na comparação com dezembro de 2023, saindo de 77,6% para 76,7%.

 

Entretanto, apesar do levantamento revelar que a inadimplência aumentou no último mês de 2024, com 29,3% das famílias com dívidas em atraso. No mesmo período em 2023, esse índice era de 28,8%. Aquelas que não conseguem quitar o que devem chegaram ao patamar de 13,0%, o maior da série histórica.

 

A redução do endividamento pode ser atribuída à maior cautela dos brasileiros diante do cenário econômico com elevação da taxa Selic e da inflação, o que dificulta o acesso e aumenta o custo do crédito.

 

A pesquisa ainda registrou o menor nível de comprometimento médio da renda dos brasileiros desde 2019: 29,8% do total dos ganhos familiares. Já o prazo médio para a quitação subiu para 7,4 meses, o que demonstra uma busca por melhores condições de pagamento. Em 2023, o tempo médio registrado foi de 6,9 meses.

 

“A inadimplência é um reflexo do impacto desproporcional desses fatores sobre as famílias de baixa renda, que enfrentam juros elevados e renda limitada para absorver o aumento dos preços. É fundamental promover um ambiente econômico estável e políticas que ampliem a capacidade de consumo”, avaliou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

 

POBRES MAIS AFETADOS

 

As famílias com renda de até três salários mínimos são as mais afetadas pelo endividamento e pela inadimplência. Essa parcela da população sofre mais com o alto custo de vida. O estudo mostra que 80,5% apresentaram dívidas em 2024, sendo o grupo mais dependente do crédito para manter o padrão de consumo. Já a proporção dos núcleos familiares que destinam mais de 50% da renda ao pagamento de dívidas caiu para 20,6% (em 2023, era de 20,7%).

 

“Os dados mostram que, embora o endividamento tenha se tornado mais sustentável em termos de renda comprometida e prazo, a alta dos juros e o encarecimento do crédito dificultaram a gestão financeira das famílias. É necessário reforçar a educação financeira e implementar políticas de renegociação de dívidas bem estruturadas”, explica Felipe Tavares, economista-chefe da CNC.

 

Com informações de assessoria.

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