Operação para proteger a Terra Indígena Karipuna contra desmatamento segue para fase final
A desintrusão mobiliza mais de 20 órgãos do Governo Federal. Até agora, foram apreendidos quatro caminhões carregados de madeira e destruídas 23 edificações
Em uma das terras indígenas mais desmatadas do país, a Karipuna, localizada entre os municípios de Porto Velho e Nova Mamoré, em Rondônia, o Governo Federal promove força-tarefa com a participação de 210 servidores federias para garantir a retirada de invasores e proteger a terra e seu o povo. O processo iniciado em junho segue agora para sua fase final, em que são consolidadas medidas contra o desmatamento e a grilagem de terra, e medidas de proteção aos indígenas, como a reabertura da Base da Força Nacional instalada dentro da terra.
O processe de desintrusão é coordenado pela Casa Civil e mais de 20 órgãos federais compõem a operação. Das 153 ações planejadas para o processo de desintrusão, 99 já foram realizadas.
Uma das maiores preocupações em relação à TIKA é o desmatamento, a terra já ocupa a 16ª posição entre as mais desmatadas do país, em razão da crescente extração ilegal de madeira. O balanço deste trabalho coletivo e interministerial na primeira fase da operação traz entre os resultados a apreensão de 54 metros cúbicos de madeira, enchendo quatro caminhões; a destruição de uma balsa, de 38 acessos e de 18 pontes. Houve ainda a inutilização de 23 edificações dentro da TIKA, locais que serviam de suporte para armazenar materiais a serem utilizados para o desmatamento da Terra Karipuna, como combustível para motosserra.
A segunda fase da operação de desintrusão segue até o final de julho. Entre a logística de infraestrutura montada estão 53 viaturas, seis caminhões, um helicóptero, um micro-ônibus, além de equipamentos de inteligência, como aplicativos para navegar no território de modo georreferenciado, drones, e antenas para conectar equipes.
Na avaliação da coordenação, o uso do drone nauro 500C, pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), fez a diferença para o trabalho de inteligência e assertividade. O equipamento apresenta maior capacidade operacional, quando comparado aos demais já utilizados pelo Censipam, possui alcance de até 60 km.
“O cronograma segue dentro do planejado, podemos afirmar que de modo adiantado. Faremos rechecagem para consolidar a destruição de pontos ilegais de acesso à terra, contado com o importante apoio aéreo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para identificarmos eventual acesso que não tenha sido localizado na primeira fase”, explicou o coordenador da operação da Casa Civil, Nilton Tubino.
Os Karipuna passaram por um grave processo de dizimação e hoje seus integrantes representam um dos menores povos indígenas do país, apenas 42 indígenas, ainda com risco de extermínio, se seus direitos não forem resguardados. A homologação da TI Karipuna ocorreu em 1998, com isso, os indígenas estão oficialmente autorizados, e apenas eles, a usufruir de forma plena e exclusiva dos recursos naturais, conforme prevê a Constituição.
Fonte: SECOM