OMS: quase 1 milhão deixa Rafah “em busca de segurança que não existe”
Unrwa aponta grave impacto na saúde e bem-estar dos refugiados que apresentam alta de lesões, traumas e questões de saúde mental
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que quase 1 milhão de pessoas tenha deixado a província de Rafah “em busca de uma segurança que não existe em nenhum lugar de Gaza”.
Nesta terça-feira, a agência descreveu uma “situação terrível, incluindo a piora da situação de água e saneamento e efeitos do clima quente de verão”. Há receios de alta de doenças transmissíveis, incluindo diarreia, erupções cutâneas, hepatite A, além da possível expansão dos níveis de desnutrição.
A OMS destaca que o deslocamento da população palestina afeta a prestação de cuidados de saúde devido à movimentação do pessoal que atua na área. Muitos profissionais de saúde ou voluntários estão com medo e cansados.
A ONU e seus parceiros expressaram profunda preocupação com detenções “desumanas” de supostos combatentes palestinos realizadas pelas autoridades israelenses em Gaza, numa área marcada por bombardeios durante a noite de segunda-feira. Alegações de maus-tratos incluem casos de amputação devido ao uso prolongado de algemas.
Para responder as grandes necessidades, as entidades parceiras “precisam se reestruturar e de se deslocar com a população”. A agência da ONU alerta haver “simplesmente um número decrescente de profissionais de saúde no trabalho.”
Vítimas do ataque de domingo a Tal Sultan
A OMS sublinha ainda que apoia a assistência às vítimas após o ataque de domingo a Tal Sultan, a noroeste de Rafah, a um acampamento de deslocados que alegadamente matou 35 pessoas. Entre elas estavam mulheres e crianças.
O atendimento dos feridos foi feito no Ponto de Estabilização de Trauma apoiado pela OMS, bem como nos hospitais de campanha das ONGs UKmed e IMC. O tipo de intervenção ficou ainda mais sobrecarregado.
Após o incidente, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, deplorou o ataque que “matou dezenas de civis inocentes que procuravam apenas abrigo”. Ele disse que não há lugar seguro em Gaza e que o “horror deve parar”.
Em novo relatório, a Agência de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, disse que a guerra em Gaza teve um impacto grave na saúde e no bem-estar dos refugiados apresentando uma alta em lesões, traumas e questões de saúde mental.