Na América do Sul, 76% dos incêndios são do Brasil
Por Carolina da Costa Lima
O Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) registrou nas últimas 24 horas mais de 5.132 focos de incêndio. O bioma Cerrado foi o que mais concentrou este número, com 2.489 focos nos dias 8 e 9 de setembro.
A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) Ane Alencar afirma que o avanço dos incêndios preocupa principalmente pela antecipação do período crítico. “A gente está numa situação muito difícil, até porque não sabe como serão os próximos meses. Não queremos que seja como foi o fim do ano passado, quando em outubro a situação piorou na Amazônia, principalmente em novembro e dezembro, e a chuva só começou em janeiro. Então, fico muito preocupada com será depois de setembro”.
Em setembro, os focos registrados já superam o sobro dos focos registrados em 2023. Em apenas dez dias são 37.492 focos registrados, enquanto que no mesmo período do ano anterior haviam sido 15.613.
Para Ane Alencar, o fogo foi potencializado por uma série de fatores que vão desde fenômenos como o El Niño, seguido de La Niña, passando pelo aquecimento global e a ação humana. “Eu acho que no Brasil, normalmente, já tivemos secas muito fortes na Amazônia, em uma parte do Cerrado, na região central do país, mas pegando vários biomas ao mesmo tempo, eu acho que é uma das primeiras vezes. É quase uma tempestade perfeita, onde o clima é o motor para propagar o fogo que ocorre a partir das queimadas”, afirma.