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Legenda: Mulheres levam cartazes em frente ao Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso para protestar contra o “PL do estupro” que teve a urgência aprovada pela Câmara dos Deputados. (Foto: Divulgação / Internet)

Na abertura da 1ª reunião de mulheres parlamentares do P20, Lira ressalta a força e a luta da mulher alagoana

Acusado de violência sexual e estupro pela ex-mulher, o presidente da Câmara que foi inocentado pelo STF em 2015, garante que em sua gestão no comando da “Casa do Povo” aquela Casa legslativa “tem buscado medidas que promovam maior inclusão e representatividade feminina na política”.

 

Por Humberto Azevedo

 

Na abertura da 1ª reunião de mulheres parlamentares dos parlamentos pertencentes às 20 maiores economias do planeta (P20), o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, deputado Arthur Lira (PP-AL), ressaltou a força e a luta da mulher alagoana. Citou importantes figuras oriundas daquele estado, seu estado natal, pela emancipação feminina como Nise da Silveira, Almerinda Farias Gama, Ana Lins, Lily Lages e futebolista Marta Vieira – a única atleta a ser escolhida como “melhor do mundo” por seis vezes em premiação da Fifa (Federação Internação de Futebol Associados).

 

Acusado de violência sexual e estupro pela ex-mulher, Jullyene Lins, o presidente da Câmara que foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015, por falta de provas, garante que em sua gestão no comando da “Casa do Povo” aquela Casa legslativa “tem buscado medidas que promovam maior inclusão e representatividade feminina na política”.

 

Trazer a 1ª reunião de mulheres parlamentares do ‘P20’ para Maceió foi também uma forma de homenagear as mulheres alagoanas – fortes, determinadas, corajosas e resilientes. Mulheres como a psiquiatra Nise da Silveira, que humanizou o tratamento da saúde mental no Brasil, provocando [uma] verdadeira revolução nessa área. Almerinda Farias Gama, mulher negra, feminista, advogada, pioneira na luta pelo voto feminino no Brasil. Ana Lins, heroína que atuou ativamente pela liberdade política no século 19. E também como Lily Lages, médica e professora universitária, primeira mulher titular de uma cátedra em curso de medicina no Brasil. [Além de] Marta Vieira, maior futebolista de todos os tempos, eleita pela FIFA melhor jogadora do mundo em seis ocasiões”, comentou.

 

“É com grande satisfação que estendo as mais calorosas boas-vindas aos participantes desta 1ª reunião de mulheres parlamentares do P20. Este fórum – que congrega os presidentes dos parlamentos dos países do G20 – existe há cerca de dez anos. Esta é, no entanto, a primeira vez que nos reunimos para discutir, de maneira exclusiva, as questões que impactam diretamente a participação das mulheres na política e na sociedade, nos planos nacional e mundial. A ideia de realizar esta reunião pioneira foi anunciada no discurso que fiz ao receber do parlamento indiano, no ano passado, a honrosa incumbência de presidir o P20 ao longo de 2024. Em coordenação com a bancada feminina da Câmara dos Deputados, a ideia se cristalizou e ganhou local e data”, continuou.

 

MEIO AMBIENTE

 

Acusado também por oposicionistas de promover na Câmara dos Deputados a aprovação de projetos que agradam interesses de parlamentares ruralistas em afrouxar as medidas voltadas para a preservação do meio ambiente, Arthur Lira fez um discurso destacando o contrário daquilo que se vê na prática.

 

“Sob o lema ‘construindo um mundo justo e um planeta sustentável’, iniciamos dois dias de debates e intercâmbios entre lideranças brasileiras e estrangeiras em torno dos eixos prioritários da agenda do G20 neste ano: mudança do clima e desenvolvimento sustentável; inclusão social e combate à fome e à pobreza; e reforma das instituições globais. No contexto desta reunião, esses três eixos ganharam formulações específicas, adaptadas ao perfil do nosso encontro. O primeiro eixo aborda o tema: mulheres, justiça climática e sustentabilidade ambiental. O segundo discute a promoção da igualdade, a autonomia econômica das mulheres e a superação do racismo. O terceiro trata da necessidade da presença de mais mulheres na política para o fortalecimento da democracia”, discursou sem pestanejar..

 

BAIXA PARTICIPAÇÃO

 

Chamando a atual representatividade feminina no Congresso Nacional de “expressiva”, Arthur Lira se esqueceu de dizer que o número de parlamentares mulheres que exercem um mandato no Poder Legislativo é um dos mais baixos do mundo. De acordo com o levantamento atualizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2024, o Brasil ocupa ao lado do Bahrein a posição de 137 da lista que conta com 192 países.

 

“Desejamos que a esta reunião se sigam muitas outras desse tipo e que o encontro de mulheres parlamentares se torne parte essencial e permanente do calendário do P20 de agora em diante. Levaremos à décima cúpula, a se realizar em Brasília, em novembro deste ano, os resultados deste debate que – tenho certeza – será muito profícuo”, se pronunciou. 

 

“A sustentabilidade ambiental está intrinsecamente ligada à equidade de gênero. Em primeiro lugar, porque as mulheres, especialmente as que vivem em situação de vulnerabilidade, são as mais afetadas pelas mudanças climáticas. Em segundo lugar, porque elas desempenham papel crucial na gestão de recursos naturais em suas comunidades e possuem conhecimento relevante a respeito de práticas sustentáveis que podem mitigar impactos ambientais. São muitas as evidências de que a participação feminina à frente da gestão ambiental consegue muito bons resultados”, continuou.

 

“Projetos liderados por mulheres em agricultura sustentável, energias renováveis e gestão de resíduos, por exemplo, têm alcançado grande sucesso. Promover a sustentabilidade ambiental, portanto, implica reconhecer o papel das mulheres como agentes de mudança e garantir sua participação ativa nos espaços de poder em que são debatidas e concebidas soluções para a sustentabilidade ambiental”, complementou.

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